Fluoretação das águas de abastecimento público em 23 municípios da Amazônia maranhense
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://hdl.handle.net/11449/257897 http://lattes.cnpq.br/3094990594198835 https://orcid.org/0000-0001-5866-0608 |
Resumo: | Um dos objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS) propostos pelas Nações Unidas é “alcançar até 2030 o acesso universal e equitativo à água potável”. No Brasil o íon flúor consta entre os indicadores físico-químicos de potabilidade sendo uma medida de saúde pública consagrada na prevenção de cárie dentária e regulamentada no país desde 1974. A política Nacional de saúde bucal define que “o acesso à água tratada e fluoretada é essencial para garantir saúde à população”, no entanto, a distribuição da medida é extremamente desigual entre as regiões do país. Diante desse cenário, os objetivos nessa pesquisa foram: Investigar e descrever as condições de oferta e distribuição de água potável e o órgão responsável pelo abastecimento público de água; analisar os teores de F das águas de abastecimento público e a vigilância desses teores, a cobertura das equipes de saúde bucal e o número de ações de prevenção com uso do flúor executadas no âmbito do Sistema Único de Saúde; verificar a percepção dos coordenadores de saúde bucal e dos diretores dos sistemas de abastecimento de água sobre a fluoretação das águas de abastecimento público nos municípios investigados. A amostra foi composta por 23 municípios da macrorregião de saúde IV na Amazônia maranhense. A coleta de dados secundários considerou aspectos de população servida por água tratada e encanada; fontes de água bruta; órgão responsável pelo abastecimento de água; o processo de fluoretação das águas e disponibilidade dos dados; cobertura das equipes de saúde bucal, procedimentos com uso do F e amostras de vigilância do íon na água realizadas pela rede SUS disponibilizadas em bases de dados de acesso público. Na pesquisa de campo foram coletadas amostras de água in loco (n=763), sempre na primeira quinzena durante os meses de maio, junho e julho de 2022, com o intuito de investigar os níveis de F na água da macrorregião. Dados primários foram coletados a partir de um inquérito semiestruturado aplicado por meio de entrevista aos Coordenadores de saúde bucal e aos diretores dos sistemas de abastecimento dos municípios. Verificou-se que apenas 38% da população da macrorregião IV têm acesso à água encanada e 44 % dessa é tratada minimamente com desinfecção simples. A dependência de águas subterrâneas é alta (92%); a grande quantidade de população rural e a extensão do estado do Maranhão constituem um desafio para ampliar o acesso à água potável, sendo que menos de 1% dos municípios realiza a vigilância do F nas águas e apenas 9,9% das amostras registradas no SNIS estavam dentro do nível considerado ótimo para prevenção de cárie. O resultado das análises das amostras coletadas nos 23 municípios demonstrou não haver presença de flúor natural, estando abaixo do índice recomendado pelo CECOL para prevenção de cárie. A cobertura das equipes de saúde bucal foi de 81% na macrorregião, chegando a 100% em 11 dos 23 municípios. A proporção de aplicação tópica de flúor individual foi abaixo de 1 por habitante ao ano em todos os municípios; para as ações coletivas de aplicação tópica de flúor apenas 2 municípios tiveram uma proporção de pelo menos 2 por habitante ao ano, não havendo políticas públicas viáveis para a prevenção da doença cárie. O inquérito semiestruturado foi respondido por todos os coordenadores de saúde bucal e 18 diretores dos sistemas de abastecimento. A ausência de um mapa da rede de distribuição de água foi relatada por 95% dos diretores, que relataram não haver adição de flúor na água de abastecimento do seu município. Apenas 38% dos coordenadores de saúde bucal responderam corretamente sobre a regulamentação da fluoretação no Brasil, porém, todos reconhecem o benefício da medida na redução da prevalência de cárie e afirmaram ser favoráveis a medida. A região da Amazônia maranhense apresenta baixa cobertura de abastecimento de água e a população ainda não teve acesso a água fluoretada, embora a medida seja uma das principais dimensões de ação da Política Nacional de Saúde Bucal. A alta cobertura pelas equipes de saúde bucal nos municípios não refletiram no uso de produtos fluoretados coletivos ou individuais. Os coordenadores de saúde bucal afirmaram ser favoráveis a medida de fluoretação das águas e compreendem que a medida coletiva diminui a prevalência de cárie. |