Imagens da América: os gigantes e o corpo gigantesco no imaginário dos séculos XVI e XVII

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Oliveira, Adriano Rodrigues de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/215040
Resumo: O presente estudo de doutorado trata dos diferentes mitos de gigantes, da natureza do corpo gigantesco e da repercussão dessas temáticas no âmbito do imaginário colonial, que vigorou no contexto da colonização e exploração europeia na América. Espacialmente, a pesquisa engloba os territórios do mundo ibero-americano e, em menor escala, algumas áreas de ocupação inglesa na América do Norte. Cronologicamente, procura analisar o gigantismo atribuído ao índio, desde os primeiros relatos dos cronistas, no século XVI, até o surgimento e a difusão da Regio Gigantum na cartografia da Era Moderna e sua persistência até meados do XVII. Dessa forma, parte da análise crítica e conjuntural de duas categorias de fontes distintas, confrontadas em suas similitudes e discrepâncias: a literatura de viagem, isto é, cartas, relações, diários de bordo, crônicas e afins, e a iconografia, ou seja, gravuras e mapas. Esses documentos serão analisados, considerando-se o contexto político, social, econômico e religioso no qual foram produzidos, elucidando-se, suas prováveis intenções e motivações. Constatou-se que o tema que repercutiu no imaginário quinhentista e seiscentista resultou da confluência de três fatores distintos: da tradição clássica/medieval, da apropriação e ressignificação de certas lendas indígenas e das circunstâncias próprias da conjuntura colonial. Associado diretamente a diversos grupos étnico-linguísticos pela alteridade europeia do período, o gigantismo e o seu simbolismo denotavam uma gama de estereótipos negativos que seriam característicos do índio – monstruosidade, canibalismo, desmesura, barbarismo e selvageria. Assim, o estudo procura, ainda, distinguir os diferentes tipos de gigantes, compreendendo-se as particularidades das narrativas textuais e visuais que foram originadas em várias regiões do Novo Mundo e em temporalidades específicas e distintas.