O jornalismo para a paz como estratégia na cobertura de conflitos sociais: a homofobia nas páginas da Folha de S. Paulo (2018-2019)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Feltrin, Diuan dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/214323
Resumo: A presente dissertação de mestrado discorre sobre o Jornalismo para a Paz como possibilidade teórica e metodológica para a leitura crítica de narrativas jornalísticas em contextos de conflitos sociais. Esta perspectiva jornalística emerge no contexto dos Estudos para a Paz (Peace Studies), campo teórico que propõe uma abordagem crítica que visa compreender os entremeios dos conflitos como pressuposto para superá-los. Embora originalmente elaborado para reorientar coberturas jornalísticas em cenários de guerra, o Jornalismo para a Paz pode ser utilizado em coberturas de conflitos sociais que, a exemplo das guerras tradicionais, dizimam parcelas da população. Com base nas principais características desta perspectiva jornalística, apontadas por estudiosos como Johan Galtung, Jake Lynch e Annabel McGoldrick, este estudo apresenta análises de conteúdos de reportagens elaboradas por um jornal de grande circulação no Brasil – Folha de S. Paulo – acerca de um conflito social que se apresenta de forma intensa na sociedade brasileira: a homofobia. O período de análise levou em conta o cenário de intensa polarização política e ideológica durante o pleito presidencial de 2018, no qual as pautas de cunho moral ocuparam a centralidade dos embates entre os espectros políticos que disputavam o poder; neste sentido, discussões acerca da sexualidade, à luz da heteronormatividade, acentuaram a polarização entre “progressistas” e “conservadores”. Por meio das metodologias Hermenêutica de Profundidade, de Thompson (2005), e Análise de Conteúdo, de Bardin (1977), foi realizada a leitura dos textos jornalísticos que versaram sobre homofobia, publicados em outubro de 2018 e junho de 2019. Compreendeu-se que a prática jornalística pode ser articulada no sentido de contribuir para a desconstrução da violência em sua dimensão cultural, por meio de coberturas equilibradas, críticas e que privilegiem a multiplicidade de vozes. Ainda que o Jornalismo para a Paz não seja utilizado de forma evidente como critério de noticiabilidade na prática jornalística diária, seus direcionamentos podem servir de parâmetro para coberturas impelidas em ressignificar contextos de opressão, bem como conduzir investigações teóricas no campo do jornalismo.