Prevalência e fatores associados à ansiedade infantil dois anos após o início da pandemia COVID - 19: estudo transversal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Crepalde, Patrícia Aparecida Francelino Crepalde [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/310621
Resumo: Introdução: a pandemia da corona virus disease (COVID-19) resultou em mudanças drásticas e necessárias para proteger a sociedade. Medidas foram implementadas para impedir a disseminação do vírus na comunidade, evitando a sobrecarga do sistema de saúde pública e reduzindo o número de óbitos devido aos agravamentos da doença. Nas crianças, a pandemia da COVID-19 acarretou diferentes consequências como medo, ansiedade, tédio e alterações em sua rotina. As crianças são mais vulneráveis durante crises, como uma pandemia, devido à sua falta de autonomia e maturidade. No entanto, pesquisas limitadas examinaram o retorno escolar após uma ausência devido ao fechamento de escolas, especialmente em países de renda média e baixa como o Brasil. Objetivo: Analisar a prevalência e fatores associados à ansiedade infantil dois anos após o início da pandemia COVID-19 por meio do Children´s Anxiety Questionnaire (CAQ) e a Escala Visual Analógica (EVA) e identificar fatores que influenciam as emoções de crianças de 6 a 12 anos. Método: Trata-se de um estudo observacional, de corte transversal, cuja coleta de dados foi realizada no mês de junho de 2022. Participaram crianças com idade entre 6 e 12 anos, matriculadas em escolas públicas do município de Querência, Estado do Mato Grosso, juntamente com seus pais ou responsáveis. Aos responsáveis, foi aplicado um questionário, contendo variáveis sociodemográficas e informações relacionadas à COVID-19. Para as crianças aplicado um questionário sobre o CAQ e EVA. Foram realizadas análises estatísticas descritivas, incluindo regressões logísticas, para estimar a prevalência de dificuldades emocionais e suas associações com variáveis sociodemográficas e clínicas. Resultados: das 733 crianças, 54,0% (n = 396) são meninas e a idade média de 8,7 ± 1,87 anos. Dos responsáveis, 84,0% (n = 616) dos entrevistados são mães, com 4,5% (n = 33) sendo profissionais da saúde. As declarações das crianças indicaram preocupação e medo relacionados à possibilidade de morte de familiares, pais e animais de estimação 22,9% (n = 161). Por outro lado, as crianças citaram os pais e a família sendo responsáveis por mantê-los felizes e calmos 32,5% (n = 223). Com base no CAQ ≥ 9 e na EVA > 7, a prevalência da ansiedade foi de 13,5% e 6,7%, respectivamente. A regressão logística binária dos escores CAQ mostrou que a cada ano adicional de idade das crianças, o risco de ansiedade (CAQ ≥ 9) aumentou em 10%. Além disso, para o CAQ, a redução da renda foi associada a maiores escores de ansiedade (p = 0,022). Na regressão logística para as pontuações EVA mostrou que a cada ano adicional de idade das crianças, o risco de ansiedade (EVA>7) aumentou 30%. Na análise multivariada, apenas a idade da criança permaneceu associada à ansiedade nos escores do CAQ e EVA (p = 0,005 e p < 0,001), respectivamente. Conclusão: a prevalência de ansiedade entre escolares que retornaram às aulas presenciais durante a pandemia de COVID-19 foi de 13,5% (n = 99) e 6,7% (n = 49), segundo o CAQ e a EVA, respectivamente. A prevalência de ansiedade aumentou a cada ano de idade da criança.