Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Ornell, Felipe |
Orientador(a): |
Diemen, Lisia von |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/250547
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Resumo: |
O objetivo desta tese é compreender e avaliar as implicações da pandemia da COVID-19 em desfechos de saúde mental (SM) e no acesso a serviços da rede de atenção psicossocial brasileira. Para isso, foram realizados três estudos teóricos, desenvolvidos no período inicial da pandemia, e duas investigações originais com análise de dados secundários, concernentes ao primeiro ano da crise. No artigo 1, intitulado “‘Pandemic fear’ and COVID-19: mental health burden and strategies”, foi conduzida uma revisão teórica e, a partir de informações sobre surtos, epidemias e pandemias prévias, buscou-se compreender os potenciais impactos da COVID-19 na SM da população. Estimou-se que estaria ocorrendo uma pandemia de medo paralela à pandemia viral e, como consequência, o cenário da SM da população, que já era preocupante, provavelmente seria agravado. Diante disso, ofereceram-se recomendações iniciais para mitigar o impacto da crise na SM. Com método semelhante, no artigo 2, denominado “The impact of the COVID-19 pandemic on the mental health of healthcare professionals”, foram debatidos os reflexos da crise na SM dos profissionais da saúde, que se depararam com as sobrecargas física e emocional decorrentes do aumento do número de casos e de óbitos, e com a ausência de fármacos reconhecidamente eficazes para prevenir ou tratar a doença. Neste manuscrito, também foram sugeridas possíveis estratégias e intervenções para amenizar o impacto da pandemia na SM da população estudada. No artigo 3, “The COVID-19 pandemic and its impact on substance use: Implications for prevention and treatment”, foram discutidas as consequências da pandemia na SM de pacientes com transtornos por uso de substâncias. Este grupo é caracterizado pelo alto índice de problemas clínicos e psicossociais e, portanto, particularmente sensível ao estresse pandêmico. Entretanto, o acesso a medidas terapêuticas pode ter sido dificultado em decorrência das medidas de contenção da transmissão do vírus. No artigo 4, “The next pandemic: impact of COVID-19 in mental healthcare assistance in a nationwide epidemiological study”, foram analisados os dados oficiais sobre o acesso a serviços de SM ocorridos no Sistema Único de Saúde brasileiro. Observou-se uma redução drástica nos atendimentos de SM ambulatoriais e hospitalares, um aumento das consultas de emergência e de atendimentos domiciliares e a estabilização dos atendimentos por risco de suicídio durante os seis primeiros meses da crise, em comparação ao que seria esperado. No artigo 5, “Differential impact in suicide mortality during the COVID-19 pandemic in Brazil”, foram avaliados os óbitos por suicídio ocorridos no Brasil, comparando os períodos pré e intracrise. Verificou-se que, apesar da estabilidade geral do número de mortes autoprovocadas, houve um aumento em mulheres e idosos. Análises estratificadas demonstraram que o aumento dos suicídios ocorreu de forma heterogênea entre grupos populacionais de diferentes regiões do Brasil. Houve aumento de suicídios em populações com histórico de dificuldade de acesso à saúde, que podem ter sido severamente impactadas pela pandemia. Em conjunto, esses dados indicam que os impactos da crise pandêmica extrapolam a esfera física e podem agravar o cenário da SM. As consequências da pandemia são múltiplas e podem variar ao longo do tempo. Assim, é fundamental que investigações futuras sigam monitorando desfechos de SM nos próximos anos. |