Uso de aditivos em dietas para bovinos confinados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Ribeiro, Richard Vaquero [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/260350
Resumo: Dois estudos foram conduzidos para avaliar o efeito de aditivos alimentares sobre o desempenho de bovinos durante os períodos de adaptação e confinamento total, bem como em animais em condições de pasto. No primeiro estudo, 120 touros Nelore foram divididos em dois grupos de peso corporal e alocados dentro dos grupos em 24 baias (5 touros/baia). Os seguintes tratamentos dietéticos foram aplicados: MVY: monensina a 18 mg/kg de matéria seca (MS) + virginiamicina a 15 mg/kg de MS + levedura viva a 2 g/animal/dia; NLY: narasina a 13 mg/kg de MS + levedura viva a 2 g/animal/dia; NYC: narasina a 13 mg/kg de MS + cultura de levedura a 7 g/animal/dia; NDY: narasina a 13 mg/kg de MS + levedura seca ativa a 1 g/animal/dia. Os tratamentos foram fornecidos durante o período de adaptação (d1–d21). Amostras de sangue foram coletadas ao final do período de adaptação para avaliar o perfil metabolomico do soro sanguíneo. Durante o período de adaptação de 21 dias, os touros alimentados com NYC tenderam (P = 0,09) a apresentar maior ganho médio diário em comparação aos alimentados com MVY. O consumo de matéria seca (CMS), peso corporal final e a eficiência alimentar foram semelhantes entre os tratamentos. Durante o período de terminação (d22 – d115), os touros alimentados com NLY apresentaram menor (P = 0,04) CMS como porcentagem do peso corporal em relação aos que receberam MVY. Nem a energia líquida observada nem a relação energia líquida observada/esperada diferiram entre os tratamentos (P > 0,05). Não houve efeitos dos tratamentos (P > 0,05) sobre as características da carcaça. Touros alimentados com NDY passaram mais tempo descansando (P = 0,03) e tenderam (P ≤ 0,10) a realizar menos refeições por dia e a consumir mais por refeição em comparação aos alimentados com MVY. O lactato foi o metabólito sérico mais importante para separação de todos os tratamentos, apresentando maior concentração no grupo MVY. Os três metabólitos mais importantes para diferenciar os grupos MVY e NLY foram lactato, creatina e valina, com concentrações mais altas no grupo MVY. Já para diferenciar MVY e NYC, os principais metabólitos foram 3-fenilpropionato, hipurato e betaína, com concentrações mais altas no grupo NYC. Assim, a narasina pode substituir a combinação de monensina e virginiamicina em dietas de adaptação para touros Nelore quando administrada com produtos à base de levedura, e a combinação NYC apresenta resultados promissores. No segundo estudo, uma meta-análise avaliou os efeitos da suplementação de monensina sobre o desempenho de bovinos de corte, parâmetros ruminais e digestibilidade total em diferentes sistemas de alimentação, incluindo ração total (TMR), ração parcial (pTMR) e pasto. O conjunto de dados incluiu 131 publicações revisadas por pares, abrangendo 349 médias de tratamento. Os efeitos da suplementação de monensina foram avaliados usando as diferenças médias ponderadas (WMD) entre os grupos controle (dietas sem monensina) e tratamento (dietas com monensina). A heterogeneidade foi explorada por meio de meta-regressão e análise de subgrupos, considerando fatores como dieta, dose de monensina e características experimentais. A suplementação com monensina reduziu (P < 0,01) o CMS (pasto: -0,92 kg/dia; pTMR: -0,12 kg/dia; TMR: -0,25 kg/dia) e aumentou o ganho médio diário (GMD = 0,06, 0,05 e 0,02 kg/dia, respectivamente) em todos os sistemas de alimentação. No sistema pTMR, o grupo genético e o delineamento experimental influenciaram (P < 0,01) o efeito da monensina sobre as concentrações ruminais de propionato e butirato. Além disso, o consumo de suplemento e o tipo afetaram o efeito da monensina sobre a conversão alimentar (CA) e a concentração ruminal de propionato. No sistema pTMR, um consumo de monensina entre 200 e 300 mg/dia promoveu a melhor melhora na CA (WMD = -1,07 kg/kg; P = 0,011). No sistema TMR, o grupo genético, classe sexual, período de engorda e os níveis de concentrado e proteína bruta na dieta influenciaram (P < 0,01) o efeito da monensina sobre CMS e GMD. O tipo de forragem afetou o efeito da monensina sobre GMD, acetato, butirato e isovalerato (P < 0,01). A suplementação de monensina até 15 mg/kg MS em dietas TMR melhorou a CA (WMD = -0,54 kg/kg; P = 0,001) e aumentou o GMD (WMD = 0,055 kg/dia; P = 0,001). Os efeitos da monensina sobre GMD, CMS e parâmetros ruminais variaram entre sistemas de alimentação e foram influenciados por fatores como composição da dieta, níveis de consumo de monensina, grupo genético, classe sexual e condições experimentais. Assim, todos esses fatores devem ser considerados ao analisar a resposta à monensina, em vez de focar apenas nos efeitos gerais.