Cosmese mamária e qualidade de vida em pacientes submetidas à cirurgia oncoplástica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Oliveira Junior, Idam de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/193234
Resumo: Introdução: O tratamento conservador da mama (TCM) consagrou-se como procedimento oncologicamente seguro para o câncer de mama. Entretanto, desfechos cosméticos do TCM, muitas vezes, são insatisfatórios. Nesse sentido, a cirurgia oncoplástica mamária (COM), no intuito de garantir melhor cosmese, agregou ao tratamento oncológico, conceitos e técnicas da cirurgia plástica, aumentando também as indicações de conservação da mama. No entanto, a literatura é limitada quanto ao real impacto da COM na manutenção da cosmese mamária e na qualidade de vida (QV) das pacientes, o que justifica o presente estudo. Material e métodos: Estudo transversal, prospectivo, que incluiu aleatoriamente pacientes submetidas à TCM, com ou sem COM, para câncer de mama. As pacientes fizeram auto-avaliação do resultado cosmético das mamas pós-tratamento e tiveram-nas fotografadas. Além disso, tiveram a QV avaliada através dos questionários EORTC QLQ-30, EORTC QLQ-BR23 e BCTOS. As fotos foram analisadas pelo BCCT.core e por seis cirurgiões da mama, divididos em dois grupos (mastologistas e cirurgiões plásticos), através das escalas de Harvard, Garbay e Fituosi. Para a análise de concordância entre as variáveis categóricas, utilizou-se o teste Kappa e Weighted Kappa; entre as variáveis contínuas, o Índice de Correlação Interclasse e, para a avaliação da associação entre os resultados de COM e simetrização, o teste qui-quadrado. Resultados: Foram avaliadas 300 pacientes, 228 (76,0%) submetidas ao TCM clássico e 72 (24,0%) à COM; destas, 37 (51,4%) receberam simetrização contralateral. As pacientes submetidas à COM eram mais jovens (p = 0,004), possuíam maior escolaridade (p = 0,01), menor intervalo de tempo desde o final do tratamento (p = 0,02), tumores com maiores dimensões (p = 0,003) e mais propensos a receber quimioterapia neoadjuvante (p = 0,05). Com base nos questionários de QV, não foi observada diferença entre os grupos. Frente ao resultado cosmético geral, a correlação foi fraca entre pacientes e observadores (BCCT.core e cirurgiões); as pacientes avaliaram como bom ou excelente em 78,8% dos casos, seguido dos mastologistas (34%), BCCT.core e cirurgiões plásticos (30%). Na avaliação pela escala de Fituosi, houve moderada correlação entre os dois grupos de cirurgiões; já pela escala de Garbay, a correlação foi excelente. Na avaliação cosmética, oncoplastia e simetrização não interferiram nos resultados. Conclusão: As pacientes tendem a avaliar-se melhor do que os cirurgiões da mama, os quais apresentaram correlação aceitável; entretanto, a cirurgia oncoplástica não influenciou na cosmese e na qualidade de vida.