Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Zaluski, Rodrigo [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/152051
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Resumo: |
As abelhas melíferas são importantes agentes polinizadores em cultivos agrícolas e áreas de vegetação nativa e diretamente responsáveis pela produção apícola. Entretanto, grandes perdas de colônias manejadas vêm sendo registradas mundialmente, sendo a ampliação do uso de agrotóxicos uma das principais causas que pode estar associada a esse fenômeno. No presente trabalho, observou-se por meio de análises morfológicas, que a exposição de abelhas nutrizes em colônias, durante seis dias, a pastas de pólen contaminadas com doses ambientalmente relevantes do inseticida sistêmico fipronil (2,5 ppb) e fungicida piraclostrobina (850 ppb), isolados ou em associação, promoveu redução na altura das células secretoras das glândulas mandibulares; e que a associação dos agrotóxicos também reduziu o reservatório dessas glândulas. Nas glândulas hipofaringeanas, o número de ácinos que compõem a glândula não foi alterado, porém, a exposição aos agrotóxicos ocasionou redução na área dessas estruturas. Em conjunto, essas alterações podem reduzir a capacidade de secreção de geleia real pelas abelhas nutrizes. Estudos do proteoma da cabeça das abelhas utilizando a técnica 2D-PAGE para o fracionamento de proteínas, com identificação das proteínas em spots que apresentaram diferença de expressão (comparando grupos expostas e não-expostos aos agrotóxicos) por ESI-MS/MS, demonstraram alterações na expressão de proteínas pertencentes a família das principais proteínas geleia real (MRJPs); e de proteínas associadas ao metabolismo de carboidratos e síntese de energia, sistema antioxidante, detoxicação, processos de biossíntese, metabolismo de aminoácidos, transcrição e tradução, enovelamento e ligação a proteínas, sistema olfatório, aprendizagem e memória. Análises de resíduos nas pastas de pólen fornecidas às colônias realizadas por UHPLC-MS/MS confirmaram a presença de 870 ± 53 ppb piraclostrobina; entretanto, o inseticida fipronil e seus principais metabólitos não foram detectados dentro de limite de detecção utilizado (1,5 ppb). Conclui-se que a exposição de abelhas nutrizes a doses ambientalmente relevantes de piraclostrobina, fipronil ou a suas associações prejudica as glândulas mandibulares e hipofaringeanas e ocasiona alterações na expressão de proteínas que podem prejudicar a manutenção de suas colônias. Destaca-se a importância de avaliar a quantidade de resíduos de agrotóxicos presentes em recursos coletados pelas abelhas em função das doses autorizadas para sua aplicação e os potenciais impactos que esses resíduos acarretam para manutenção de suas colônias. A redução do uso de agrotóxicos nos ecossistemas e a diminuição da exposição das abelhas a essas moléculas evitando sua aplicação durante a floração de cultivos, adotando estratégias como o Manejo Integrado de Pragas e de controle biológico e estabelecendo testes mais rigorosos para liberação/reavaliação de agrotóxicos são estratégias fundamentais para manutenção de colônias de abelhas manejadas e para redução de danos ocasionados por agrotóxicos a outras espécies não-alvo. |