“Copiar eu gosto. Não gosto de fazer tarefa de criança especial”: cartografia das experiências de estudantes com deficiência sob o enfoque de uma educação inclusiva aleijada.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Magnabosco, Molise de Bem
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191548
Resumo: O paradigma da educação inclusiva, embasado no modelo social da deficiência, estabelece a necessidade de as escolas se organizarem para possibilitar o acesso das pessoas com deficiência à educação formal, com participação e aprendizagem, até os níveis mais elevados de ensino, segundo as capacidades de cada um. Desde a sua implantação, observamos o aumento do número de matrículas destes sujeitos no ensino regular. Contudo, ainda não conseguimos assegurar a participação com aprendizagem para todos os estudantes com deficiência que ingressam nas escolas, bem como observamos o estabelecimento de relações com eles pautadas em processos de discriminação e subalternização. Nesta perspectiva, a presente pesquisa buscou escutar os estudantes com deficiência e, a partir dos encontros estabelecidos com eles, cartografar as linhas de forças componentes das suas vivências nos contextos escolares. Com vistas a compreender os processos de subalternização em uma perspectiva interseccional, as bases teóricas deste estudo constituíram-se a partir da articulação das epistemes feministas e dos estudos de gênero com os estudos da deficiência, culminando na Teoria Crip. A pesquisa de campo aconteceu entre os meses de maio e outubro de 2018, em duas escolas da Rede Municipal de Ensino de Rondonópolis. Participaram dela onze estudantes, referidos como tendo deficiência, que tinham entre 9 e 13 anos de idade. Eles foram divididos em quatro grupos, tendo cada grupo encontros com periodicidade semanal. Neste processo, para além das singularidades da composição das cartografias de cada um dos quatro grupos, observei a constituição de movimentos que se compuseram a partir dos graus de aproximação ou distanciamento que os estudantes apresentavam dos padrões de normalidade: quanto mais próximos, melhor era a sua adaptação à escola. Para aqueles que mais se distanciavam, a escola se apresentou como um importante espaço de socialização, mas com poucas referências a uma aprendizagem sistematizada significativa. Deste modo, com vistas a fomentar uma educação de qualidade para todos, rompendo com processos de exclusão, indicamos a necessidade de se aleijar a educação inclusiva, trabalhando-a por meio de uma perspectiva queer/crip, que reconheça as diferenças como produzidas a partir das relações de poder estabelecidas nas escolas e busque a transformação social.