Velocidade e tédio: o paradoxo da adolescência no mundo contemporâneo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Buchianeri, Luís Guilherme Coelho [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/105616
Resumo: O mundo hipercinético da atualidade toca profundamente a subjetividade, fazendo emergir na superfície da conduta formas de ser e agir típicas, resultantes de elaborações cognitivas, emocionais e afetivas, que processam a experiência de tal aceleração da vida e ampliação do espaço. Dentre as subjetivações da velocidade, no mundo contemporâneo, destacamos o tédio como uma das principais, ainda que ele esteja sendo confundido com a depressão, por manter com ela uma sintomatologia semelhante, embora seja bem distinto quanto à sua gênese e dinâmica psicológica. Neste trabalho, além das considerações acerca do tédio, na adolescência, há também reflexões a respeito da noção de trauma. O conceito de trauma, que foi tão útil e iluminador em tempos outros, já não possui o mesmo valor heurístico, porque os processos de subjetivação, na atualidade, não carregam, como outrora, as marcas de embates, contradições, conflitos ou choques brutais. O mundo atual não se funda mais na lógica do conflito e do confronto, como ocorreu com a modernidade do século XVIII até o final do século XX, e, apesar de ser um mundo supermovimentado e acelerado, por isso mesmo, potencialmente capaz de produzir colisões, desenvolve mecanismos de ordenação e controle das mobilidades extremamente sofisticados, evitando “acidentes de trânsito”, especialmente no plano do trânsito psicológico (emocional, afetivo, dos vínculos e relacionamentos). O mundo que admitia ou até cultuava o sacrifício e o sofrimento cedeu lugar para um mundo que cultua o prazer, a felicidade e a frivolidade da vida. Há uma tendência ao esmaecimento do trauma, para seu deslocamento como experiência fundante do sujeito e do mundo...