O movimento estudantil na “democratização”: crise da era Collor e neoliberalismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Jordana de Souza [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
UNE
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/166418
Resumo: O objeto de estudo desta tese são as manifestações estudantis pelo impeachment do Presidente Fernando Collor de Mello ocorridas em 1992, enfatizando o papel de destaque das entidades estudantis, União Nacional dos Estudantes (UNE) e União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES). A pergunta que norteou este trabalho foi: por que o Movimento Estudantil (ME) foi a “fagulha” dos protestos “Fora Collor”? Dito de outra maneira, por que o ME “saiu na frente” nestes protestos? Como hipótese geral, consideramos o suposto protagonismo do ME como produto da trajetória de reorganização percorrida pelos estudantes desde a reconstrução da UNE em 1979 e da UBES em 1981 e pelas características definidoras da juventude dos anos 1990, uma geração marcada pela glória das gerações passadas que fizeram história manifestando-se contra a censura e a repressão da Ditadura Militar. Diante das interpretações dos meios de comunicação da época, até mesmo de alguns trabalhos acadêmicos, sobre a característica de espontaneidade das manifestações dos “caras pintadas”, argumentar que o ME passou por um intenso processo de reorganização durante a conturbada década de 1980 significa atribuir às manifestações da juventude uma causalidade histórica, bem como desmistificar a noção de juventude despolitizada. Como hipóteses específicas, consideramos que o ME enquanto movimento social pode se localizar no campo das lutas de resistência ao sistema do capital, restando-nos compreender em que medida (e quando) o ME se manifesta contrária e criticamente à lógica deste sistema. O ME manifestou-se favorável ao impeachment de Collor por considerar que o programa neoliberal do governo ameaçava a democracia, os interesses populares e nacionais e as demandas específicas dos estudantes. Logo, podemos dizer que o protagonismo estudantil no “Fora Collor” também foi consequência dos vínculos estabelecidos entre luta específica e luta geral, resultado de um trabalho partidário, o que propiciou uma conotação política às reivindicações estudantis que antes se referiam, predominantemente, às pautas da educação. O “Fora Collor” foi uma bandeira que unificou setores sociais que estavam mobilizados como os estudantes, por isso, foi um movimento vitorioso no que ele reivindicava de imediato: o impeachment de Collor.