Adaptação cultural e validação do Heart Disease Knowledge Questionnaire para o português do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lima, Fernanda Maria Alves [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204338
Resumo: Introdução: A utilização de instrumentos de medida para avaliação do conhecimento sobre doenças cardiovasculares (DCV) é importante para o estabelecimento de estratégias educativas adequadas. Para utilização de instrumentos não construídos no Brasil é necessário que sejam realizados os processos de adaptação cultural e verificação das propriedades psicométricas do instrumento adaptado. Objetivos: descrever o processo de adaptação cultural do Heart Disease Knowledge Questionnaire (HDKQ) para o português do Brasil e verificar as propriedades psicométricas da versão adaptada para utilização em uma população adulta no Brasil. Método: estudo metodológico realizado entre agosto de 2018 a fevereiro de 2019, em um hospital terciário, universitário, no interior do estado de São Paulo. Foi realizada a adaptação cultural do questionário em cinco etapas: tradução inicial, síntese das traduções, retrotradução, avaliação por juízes e pré-teste. O questionário traduzido foi avaliado por um comitê de nove juízes quanto às equivalências semântica, idiomática, conceitual e cultural. A versão pré-teste foi aplicada a 50 participantes para verificação da compreensão e clareza do questionário. O questionário adaptado foi aplicado a 300 participantes e verificadas sua consistência interna, estabilidade temporal (teste-reteste) e a validade convergente. Por meio da Teoria de Resposta ao Item (TRI) foram verificadas a unidimensionalidade do questionário, parâmetros a e b de cada item e o funcionamento diferencial dos itens para as variáveis sexo, escolaridade e idade. Resultados: foram elaborados dois manuscritos de acordo com os objetivos do estudo. Quanto à adaptação cultural, os termos utilizados nas diferentes traduções foram revisados, buscando-se aqueles com significados semelhantes. Treze itens apresentaram porcentagem de concordância abaixo de 90% na avaliação pelos juízes, sendo realizadas as alterações sugeridas. Os participantes da versão pré-teste avaliaram o questionário e sugeriram alterações em oito itens para melhor compreensão. Para a avaliação das propriedades psicométricas os participantes foram, em sua maioria, do sexo feminino (65%) e com idade entre 18 e 84 anos. A consistência interna da versão adaptada foi de 0,694. A confiabilidade teste-reteste foi confirmada pelo coeficiente de correlação intraclasse (CCI= 0,779) e o coeficiente de correlação entre os escores do questionário adaptado e do Coronary Artery Disease Education Questionnaire Short Version foi de 0,536. Os índices de ajuste do modelo fatorial confirmatório unidimensional apresentaram valores de RMSEA de 0,028, CFI de 0,912 e TLI de 0,904. Segundo a TRI, o parâmetro a dos itens apresentou valores entre 0,176 e 1,745, e o parâmetro b, valores entre -10,834 e 4,969. A maior parte dos itens não apresentou comportamento uniforme de acordo com o comportamento diferencial dos itens para as variáveis sexo, escolaridade e idade. Conclusão: o HDKQ foi adaptado culturalmente para o português do Brasil, sem perder o objetivo do questionário original, e poderá ser utilizado pela equipe multiprofissional de saúde para avaliação do conhecimento sobre as DCV na busca por uma assistência mais efetiva e individualizada. As análises psicométricas da versão adaptada, realizadas por meio da TRI se mostraram adequadas para a verificação do comportamento de cada item e demonstrou a estrutura unidimensional do questionário. Entretanto, alguns itens devem ser avaliados cuidadosamente para aplicação em populações adultas muito heterogêneas no Brasil.