Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Silveira, Ana Cláudia Ferreira da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/242655
|
Resumo: |
A ação retórica (actio) – etapa em que o orador profere o discurso – designa o desempenho do orador e o modo como ele se apresenta perante o auditório. Nessa etapa, além do conteúdo discursivo, são fundamentais os elementos prosódicos, pois eles atribuem melodia e ritmo à fala. A expressão comunicativa oriunda desses elementos pode assumir determinadas funções e provocar distintas reações no auditório como, por exemplo, o riso. Desse modo, este trabalho tem como objetivo investigar a função da prosódia como possível gatilho à provocação do riso na etapa relativa à actio retórica. Para delinear esse objetivo, partimos da hipótese de que as modificações de caráter prosódico podem exorbitar a função de simples marcadores enunciativos para assumir o protagonismo no processo de estímulo do riso em determinadas ocorrências discursivas. A fim de observar esse fenômeno, selecionamos 37 trechos da série Friends (NBC, 1994-2004), em que o riso, por parte do auditório (presente durante a gravação da série), fez-se presente. A partir dessa seleção, buscamos observar, por meio de uma análise auditiva – dos correlatos perceptivo-auditivos da prosódia –, se os diálogos que precederam o riso apresentaram algum tipo de modificação prosódica. É necessário sublinhar que, com o intuito de restringir o máximo possível de variáveis (como os níveis sintático e vocabular) e estreitar os elementos observados, foram selecionados os enunciados idênticos, ou seja, aqueles que foram emitidos de forma repetida pelo mesmo personagem, mas que apresentaram modificação prosódica. Depois de definida a amostra, partimos para o empreendimento da análise acústica, com o auxílio do programa Praat. Por meio desse programa, analisamos os seguintes correlatos acústicos: frequência fundamental (F0), intensidade (dB) e duração (ms). Com vistas a experimentar nossa hipótese de pesquisa, submetemos nosso corpus a uma análise embasada pelos referenciais teóricos a seguir: Retórica: Aristóteles (2015), Cícero (2013), Quintiliano (2016) e Reboul (2004); Prosódia: Cagliari (1992; 2007), Massini-Cagliari (1992), Kent e Read (2015) e Scarpa (1999); e Humor: Alberti (1999); Attardo, Urios-Aparisi e Wagner (2013); Berger (2017), Bergson (2018), Possenti (2010), Quintiliano (2016) e Raskin (1985). Os dados levantados em nosso processo investigativo indicaram que os fenômenos prosódicos – entoação, volume, tessitura, acento frasal e pausa –, puderam atuar na modificação e na construção de sentidos tanto de ordem semântica quanto pragmática. Dessa maneira, a hipótese norteadora desta pesquisa foi confirmada, pois os resultados indicaram que a prosódia assumiu um papel fundamental na constituição de scripts contrastivos e de efeitos de humor relacionados à repetição, à ironia, ao exagero e à imitação, provocando, desse modo, o riso. |