Evolução da COVID-19 em gestantes segundo cor da pele: estudo brasileiro de base populacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santos, Gustavo Gonçalves dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/235161
Resumo: Objetivou-se avaliar a evolução da COVID-19, confirmada na classificação final do caso, em função da raça/cor, entre gestantes brasileiras notificadas no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP Gripe). Trata-se de estudo transversal e exploratório, realizado com banco de dados secundários de base populacional, a partir de dados do SIVEP Gripe, disponibilizado pelo Ministério da Saúde do Brasil. A coleta de dados foi dividida nos meses de agosto de 2020 e fevereiro de 2021. Foram incluídas, respectivamente, as semanas epidemiológicas entre 13 (22-28/03/2020) e 32 (02-08/08/2020) e 33 (09-15/08/2020) e 53 (27/12/2020 a 02/01/2021). Foram incluídas 1.884 e 1.286 casos, respectivamente. As variáveis desfecho são: hospitalização, hospitalização em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e óbito por COVID-19. Realizou-se análise descritiva das variáveis relativas à sociodemografia, comorbidades, doenças relacionadas à gestação e sinais e sintomas principais e secundários. Em seguida, realizou-se análise bivariada pelo teste qui-quadrado entre as covariáveis de interesse e o desfecho, calculando-se o risco relativo e intervalo de confiança de 95%. As variáveis que na análise bivariada mais fortemente se associaram aos desfechos (p<0,20), foram incluídas em modelo de regressão. Na análise final, associações foram consideradas estatisticamente significativas se p<0,05. Não foi necessário encaminhamento para apreciação de Comitê de Ética em Pesquisa, por tratar-se de banco de dados de domínio público. Houve queda de aproximadamente dois terços na proporção de gestantes que necessitaram de UTI ou evoluíram a óbito na comparação do primeiro para o segundo período. Não houve associação entre a variável de interesse, cor da pele/raça e a necessidade de internação ou de internação em UTI, porém, no segundo período, gestantes pretas tiveram quase cinco vezes mais risco de evoluírem para óbito, quando comparadas às brancas. Conclui-se que o risco de óbito aumentado entre gestantes pretas no segundo período do estudo pode indicar a dificuldade de acesso ao manejo clínico qualificado. Porém, dada a natureza evolutiva dos cuidados adequados na pandemia, outros estudos poderão confirmar os achados aqui obtidos.