Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Almeida, Jonas Rangel de [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/136438
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Resumo: |
O objetivo desta dissertação é discutir a partir das últimas investigações, ético-políticas, de Michel Foucault, a problemática da política – o governo de si e dos outros –, da resistência e da vida como elementos constitutivos à formação ética do educador, na condição de um intelectual específico. Procede-se a localização, reunião, seleção e interpretação das evidências fornecidas por Foucault, desde os primeiros textos, conferências, cursos e entrevistas da década de 1970, até os anos de 1980. O desafio consiste em saber, se é possível, ao professor agir como um intelectual que resiste as formas de sujeição existentes e que cria novos modos de vida à vista da imanência das relações entre saber, poder e verdade. Pode o professor ter uma atitude ética na instituição escolar que não se confunda com um discurso moral, mas, que concorra à construção de outros modos de existência? No primeiro momento desta dissertação, tornou-se necessário relacionar a interrogação do presente com o diagnóstico de emergência de múltiplas racionalidades de governo da conduta dos homens. No segundo momento, tratou-se de discutir em que medida essa questão das artes de governo tiveram impacto sobre a problematização do papel do intelectual, correlacionando à atribuição do papel do intelectual com a reconstrução das três economias de poder, pode-se dizer que: primeiramente, o aparecimento de um intelectual defensor do saber da ordem clássica, aquele que se ocupava do problema da razão de Estado; segundo, surge o intelectual universal, figura alinhada a ideia de direito e justiça que defende os princípios universais da razão e acredita ser possível conduzir os homens, graças, as racionalidades governamentais assentadas na matriz filosófica do Homem; e, por fim, o intelectual específico, figura que adentra a reflexão a partir do momento que os cientistas passam a perceber os efeitos de poder da racionalidade científica, da relação entre épistemè e technè. Para Foucault o intelectual específico provém do cientista perito que se atentou às suas próprias condições de vida e trabalho e aprendeu a atuar de forma local, observando os efeitos políticos de seus saberes. No terceiro momento, o objetivo é situar o lugar de exercício do educador na instituição escolar considerando as dimensões pedagógicas do processo de governamentalização e das múltiplas formas de arte de governar. Procura-se correlacionar a reconstrução das economias de poder preponderantes no Ocidente com as tecnologias de si. Ressalta-se que, além da herança pastoral – os atos de verdade e a confissão – e disciplinar – bloco capacidade-comunicação-poder –, as tecnologias diversas que circunscrevem o papel do professor atualmente caminham no sentido de torná-lo um empresário de si mesmo. Considera-se que a figura do educador no espaço de poder/verdade está vinculada à reinscrição das técnicas de governo que agem em prol de um empresariamento da vida. A tarefa do educador será a de opor seu corpo, seu discurso e sua vontade decisória de não ser governado, situando-se no horizonte da desestabilização do jogo político de verdade instituído; de uma atitude ética de desprendimento das engrenagens históricas e sociais; será uma contraconduta diante produção social da sujeição. |