Viabilidade da transmissão sexual de Toxoplasma gondii (Nicolle & Manceaux, 1909) pela biotécnica da inseminação artificial em fêmeas bovinas (Bos taurus taurus x Bos taurus indicus) soronegativas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Felippelli, Gustavo [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/149738
Resumo: A toxoplasmose é uma zoonose cosmopolita, importante em medicina veterinária e humana por ocasionar abortos e doenças congênitas em diversas espécies. A viabilidade da transmissão sexual do Toxoplasma gondii em vacas, sorologicamente negativas para a infecção por T. gondii, submetidas à inseminação artificial em tempo fixo (IATF) com sêmen criopreservado e contaminado com taquizoítos de T. gondii, por meio das técnicas (RIFI, bioprova e nested PCR). Inicialmente, utilizou-se a bioprova (em inoculação camundongos) objetivando avaliar a sobrevivência de taquizoítos de T. gondii em sêmen, criopreservado em DMSO (2,5%, 5,0%, 7,5%, 8,0% e 10,0%) e congelado em nitrogênio líquido (-196°C). Foram selecionadas 10 vacas em idade reprodutiva, soronegativas: Brucella abortus, Neospora caninum, Toxoplasma gondii. Os animais foram submetidos ao protocolo de inseminação artificial em tempo fixo (IATF) e tratados com dose única de estreptomicina (25mg/Kg) contra leptospirose. Das 10 vacas, cinco foram inseminadas com sêmen convencional (Glicerol 3%) e mantidas como grupo controle. As outras cinco foram inseminadas com sêmen criopreservado com DMSO (8%), contendo 1x106 taquizoítos de T. gondii. Nas datas experimentais 1, 3, 5, 7, 12, 14, 21, 28, 35, 42, 50, 56, 63, 70, 77 e 100 dias pós-inoculação (IATF), exames clínicos, hematológicos e sorológicos e moleculares (nested PCR) foram realizados. A soroconversão ocorreu em quatro fêmeas bovinas, pertencentes ao grupo que receberam sêmen infectado com taquizoítos de T. gondii (Amostra RH). Decorridos 21 dias pós-inseminação artificial foi possível diagnosticar em uma vaca (nº 1008), deste mesmo grupo, recíproca crescente de títulos sorológicos variando de 64 até 256 (28º, 35º, 42º DPIA). A partir do 49º até o 100º DPIA, os títulos foram decrescendo de 128 a 64, caracterizando um processo de cronificação (títulos IgG anti-T. gondii ≥64). Outras três fêmeas bovinas (nº 1108, nº 2018 e nº 3462) apresentaram títulos sorológicos (64) a partir do 56º até 100º DPIA, Apenas uma fêmea do grupo infectado não apresentou soroconversão durante todo estudo. Nenhum animal pertencente ao grupo controle apresentou anticorpos (IgG) contra T. gondii ao longo de todo experimento. No 100º DPIA, sete vacas que não estavam gestantes pelo exame ultrassonográfico, de ambos os grupos foram eutanasiadas e necropsiadas. Foram colhidos tecidos (cérebro, retina, pulmão, fígado, baço, linfonodos mesentéricos, musculatura – Longissimus dorsi, ovário e útero). Foi possível diagnosticar a presença do parasito por meio do bioensaio e nested PCR. O parasitismo tissular por T. gondii (bioensaio e nested PCR) foi diagnosticado em retina, musculatura, cérebro e fígado pertencentes às vacas nº 1008, nº 2018, nº 0813, nº 1108 e nº 3462. Em síntese, estes resultados sugerem a viabilidade da transmissão, via IATF Toxoplasma gondii em bovinos.