Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Ramos, Patricia Maloso |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-29092017-174633/
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Resumo: |
O tipo biológico influenciado pela genética Bos taurus indicus garante maior adaptação aos animais em regiões com altas temperaturas, no entanto exibe alguns atributos de carcaça e associados à palatabilidade da carne inferiores quando comparados ao tipo biológico predominantemente Bos taurus taurus. Existe a hipótese de que tais diferenças estejam associadas ao conteúdo mitocondrial na musculatura destes animais. Objetivou-se avaliar as diferenças no metabolismo oxidativo, pela medida de respiração mitocondrial em fibras permeabilizadas submetidas a duas temperaturas (38,5 e 40 °C) utilizando respirômetro de alta resolução (Oroboros Instruments), do Longissimus lumborum imediatamente após abate, entre os tipos biológicos Brahman e Angus com taxa e extensão da proteólise distintas ao longo de 14 dias de maturação. Foram investigadas as atividades enzimáticas de lactato desidrogenase e citrato sintase, pH, bem como autólise de μ-calpaína e degradação de proteínas miofibrilares de 18 animais das raças Brahman (6), Brangus (6) e Angus (6). A taxa de acidificação das carcaças foi diferente entre os tipos biológicos (P = 0,049) e entre os tempos postmortem (P < 0,001), sendo que as carcaças dos animais Brahman às 6h postmortem apresentaram pH tão alto quanto as carcaças de Brangus e Angus às 3h posmortem. A atividade de citrato sintase 1h postmortem também foi diferente (P = 0,086) entre os tipos biológicos, sendo que maior atividade (P = 0,075) foi identificada em Brahman comparado a Brangus. O fluxo de consumo de oxigênio mitocondrial no estado 4 (ST4_O), apresentou interação (P = 0,050) entre os tipos biológicos e temperatura, assim como a respiração mitocondrial do sistema de transporte de elétrons desacoplado da produção de ATP (P = 0,047), ambos superiores para Brahman a 38,5 °C na comparação entre tipos biológicos. Todavia, ocorreu uma queda da ST4_O, apenas para os animais Brahman, quando a temperatura foi aumentada. A maior resistência a acidificação e maior respiração mitocondrial imediatamente após o abate para o tipo biológico Brahman, foram acompanhadas pela redução (P = 0,058) da autólise completa de μ-calpaína às 24h postmortem. A degradação da titina após 7d de maturação foi reduzida (P = 0,056) e se manteve menor (P = 0,003) aos 14d para Brahman comparado aos outros tipos biológicos. O aparecimento da banda 150 kDa da alfa-II-espectrina às 24h postmortem também é menor (P = 0,011) para Brahman, assim como a degradação da desmina (P = 0,019) e troponina-T (P = 0,001). As duas últimas proteínas tiveram sua degradação reduzida ao longo dos 14d postmortem para este tipo biológico. Portanto, o tipo biológico Brahman tem um mecanismo muscular adaptativo que envolve maior conteúdo mitocondrial, com maior vazamento de prótons pelo sistema de transporte de elétrons e que pode estar relacionado a redução da taxa de ativação da μ-calpaína, redução da degradação proteica e, consequentemente, a redução da taxa e da extensão do amaciamento da carne destes animais. |