Análise econômica de custo-utilidade de três intervenções para promoção de atividade física em usuários do SUS de Rio Claro – SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Sposito, Leticia Aparecida Calderão [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/152717
Resumo: No Brasil, 45,1% da população não atingem as recomendações de Atividade Física (AF) sendo um fator de alta relação com às Doenças Crônicas não Transmissíveis. A Atenção Primária atinge cerca de 50% dos brasileiros, tornando-se um local hábil para a promoção de estratégias em AF. O Breve Aconselhamento é um exemplo potencial para aumentar os níveis de AF da população, melhorar a Qualidade de Vida (QdV) e ser econômico. Mas pouco se sabe sobre a efetividade desse tipo de intervenção no Brasil e, um método para verificá-la é por meio da análise econômica de custo-utilidade que fornece o Quality Adjusted Life Years (QALY) ganho. O objetivo do estudo foi comparar o custo-utilidade incremental de uma intervenção de Breve Aconselhamento para a prática de atividade física (BA), de uma estratégia de Indicação para a Prática de Atividade Física supervisionada (IPAF), e de um grupo Controle e, verificar a influência das intervenções sobre o percentual de fisicamente ativos em adultos usuários de unidades do Programa Saúde da Família (PSF) de Rio Claro-SP, durante 12 meses. O estudo é de característica longitudinal, composto por 75 usuários da unidade do PSF de Rio Claro – SP. Para a obtenção dos valores de QALY utilizou-se o questionário SF-36. Para o tempo de AF aplicou-se o questionário International Physical Activity Questionnaire (IPAQ-versão longa) e o Modelo Transteorético (MTT) para verificar mudança de comportamento. Os grupos foram divididos em três pela função aleatória do Excel: (1) BA, com duração média de 20 min, no qual os participantes receberam orientações para aumentar o tempo de AF; (2) IPAF, onde os participantes foram convidados/indicados para participarem do programa de AF no PSF, com frequência de 2 vezes por semana e duração de 60 min/aula, e (3) grupo Controle, não receberam nenhum incentivo para mudança de comportamento. Todos os grupos foram entrevistados na unidade do PSF, em cinco momentos, durante um ano. Para verificar diferenças entre custos e QALYs dos programas fez-se uso da técnica Incremental cost-effectiveness ratio (ICER), e aplicou-se o teste de qui-quadrado para o tempo de AF. Os resultados demonstraram que a intervenção IPAF obteve baixa adesão. Em relação aos valores de QALY o grupo BA apresentou maior média ao fim de 12 meses (0,800). O maior QALY ganho ocorreu entre as intervenções BA vs. Controle, produzindo 0,012/QALY, seguida do grupo BA vs. IPAF com 0,009/QALY e IPAF vs. Controle em 0,003/QALY. O ICER entre a estratégia BA vs. Controle correspondeu a R$ 5.087,50/QALY e BA vs. IPAF com uma economia de R$ - 3.830,00/QALY e IPAF vs. Controle com ICER de R$ 31.840,00/QALY. O BA se apresenta de maneira mais barata quando comparado ao IPAF. Em relação ao tempo de AF, não foram encontradas diferenças significativas para o domínio lazer em nenhuma das intervenções, inversamente ocorre para AF no transporte, identificando-se superioridade significativa no 12º mês do BA vs. grupo Controle de fisicamente ativos. Para o tempo total de AF ocorreu diferença significativa para o BA comparado ao grupo Controle no 9º mês e 12º mês. Sob a perspectiva do MTT observou-se que 38,4% do grupo BA, 16,6% do IPAF e 16,7% do Controle passaram para a fase Ação e Manutenção de AF no lazer no 12º mês. Conclui-se que a estratégia de BA tende a ser efetiva ao ser comparada com o grupo IPAF e Controle, demonstrando resultados moderados para a AF.