Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Cruvinel, Erica
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Orientador(a): |
Ronzani, Telmo Mota
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Banca de defesa: |
Sartes, Laisa Marcorela Andreoli
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Leite, Isabel Cristina Gonçalves
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Carlini, Beatriz
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Noto, Ana Regina
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Psicologia
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Departamento: |
ICH – Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3108
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Resumo: |
Estudos mostram que tratamentos para tabagistas, disponibilizados no contexto hospitalar, são efetivos. Os dados apontam que os fumantes que recebem tratamento durante a hospitalização e recebem acompanhamento por, pelo menos, um mês após a internação têm maior probabilidade de parar de fumar. Muitos estudos sugerem o aconselhamento por telefone, baseados na Entrevista Motivacional, e mensagens de texto como alternativas para oferecer suporte à cessação tabágica. A presente tese teve como objetivo avaliar a efetividade do aconselhamento telefônico associado a mensagens de texto, comparado ao cuidado padrão, na cessação do consumo de tabaco entre pacientes em alta hospitalar. Os objetivos específicos foram: a) avaliar a prevalência e o perfil tabágico dos pacientes admitidos no hospital universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora, HU/UFJF; b) avaliar a viabilidade e efetividade do aconselhamento telefônico e mensagens de texto como suporte para a cessação tabágica entre pacientes tabagistas em alta hospitalar; c) elaborar um protocolo clínico randomizado, com dois braços de avaliação, para comparação do uso de mensagens de texto associado ao aconselhamento por telefone e o cuidado padrão como suporte à cessação tabágica. Os objetivos específicos foram desenvolvidos em três estudos diferentes, com materiais e métodos específicos. No estudo 1, os dados foram coletados por meio de prontuário eletrônico, questionário estruturado para avaliação de história tabágica, Questionário de Tolerância de Fagerström (FTQ), Rastreamento de Transtornos Depressivos (Patient-Health Questionaire-2, PHQ 2) e rastreamento do consumo de álcool - AUDIT C (Alcohol Use Disorders Identification Test). A média, o desvio padrão e frequência foram utilizados conforme o tipo de variável descrita. Paralelamente, o teste qui-quadrado foi utilizado para comparar o uso de álcool e tabaco entre os diferentes diagnósticos clínicos de internação, assim como o uso de álcool entre grupos de tabagistas e entre os demais pacientes não usuários de tabaco. Verificou-se que 16,2% dos pacientes eram usuários de tabaco, e 22% consumiram álcool em nível de risco. A porcentagem de pacientes que fizeram uso de risco de álcool no último ano, assim como o consumo de cigarros, foi significativamente maior entre o grupo doenças infecciosas e parasitárias, DIP (42,9% e 35,7%, respectivamente) que no conjunto dos demais quadros clínicos (15,3% versus 21,1%). No estudo 2, foram inclusos sessenta e seis fumantes, sendo que quarenta e quatro foram alocados no grupo intervenção (aconselhamento telefônico e mensagens de texto) e vinte e dois, no grupo controle (apenas tratamento disponibilizado no momento da internação). O desfecho principal foi a taxa de cessação no primeiro mês após a randomização. A redução do consumo de cigarros, cessação no terceiro mês após alta e uso de medicação foram os desfechos secundários avaliados. O Risco Relativo (RR) foi calculado com intervalo de confiança de 95% e nível de significância de 5% para comparação das taxas de cessação e uso de medicação entre os grupos. Os grupos foram comparados utilizando o teste do Qui-Quadrado para as variáveis categóricas e o teste t de amostras independentes para as variáveis contínuas. O teste Mann Whitney foi utilizado para amostras não paramétricas. Uma porcentagem significativamente maior de pacientes que receberam a intervenção relataram abstinência no terceiro mês após randomização 8 comparado ao grupo controle (31,8% vs. 9,1%; Risco Relativo (RR) = 1,45; 95% CI [1, 08- 1,95]; p= 0,04). Essa diferença foi também maior no primeiro mês após a randomização, porém não significativa (25,0% versus. 9,1%; Risco Relativo (RR) = 1,35; 95% CI [0,99-1,85]; p= 0,13). Os resultados foram marginalmente significativos (20,5% versus 9,1%; Risco Relativo (RR) = 1,44; 95% CI [1,07- 1,92]; p= 0,09) para comparação entre os grupos mediante a verificação do monóxido de carbono (CO ≤6), sugerindo que a intervenção aumenta a taxa de cessação em 44%. O terceiro artigo apresenta um protocolo de intervenção maior para ser realizado com 400 fumantes. Este protocolo foi desenhado a partir dos dados piloto desta tese (artigo 2) e objetiva dar continuidade aos estudos clínicos para avaliação de intervenções para cessação do consumo de tabaco no contexto hospitalar brasileiro. Todos os pacientes receberão intervenções breves no leito e reposição de nicotina para os casos indicados. Após a alta hospitalar, os pacientes serão alocados aleatoriamente em um dos dois grupos: o grupo intervenção receberá uma sessão aconselhamento por telefone (associada a quinze dias de mensagens de texto), e o grupo controle receberá o cuidado padrão. As avaliações de acompanhamento serão realizadas 1 e 3 meses após a alocação aleatória. O desfecho principal será a cessação no primeiro mês após a randomização. Foi elaborado, também, um artigo complementar (Apêndice) objetivando aprofundar nas discussões sobre os estudos pragmáticos no contexto hospitalar. |