Estudo de coorte brasileira de síndrome hemolítico urêmica atípica em transplante renal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Si Nga, Hong
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/210876
Resumo: A Síndrome Hemolítico Urêmica Atípica (SHUa) é uma doença ultrarrara que apresenta recidiva frequente no transplante renal. O uso de bloqueadores do complemento modificou a história natural da SHUa. Objetivos: Avaliar a evolução da SHUa após o transplante renal estratificado pelo uso do inibidor específico do complemento (eculizumabe). Métodos: Foi realizado contato com os 81 centros ativos de transplante do Brasil através de um convite da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Foram inclusos todos os pacientes transplantados renais com diagnóstico de SHUa no período de 01/01/2007 a 31/12/2019. O seguimento foi mantido até dezembro de 2020. Os pacientes foram estratificados em três grupos: sem uso de eculizumabe, eculizumabe para tratamento e eculizumabe em profilaxia. Resultados: Do total de 45 casos, 7 foram excluídos, resultando em 38 casos de SHUa. A mediana de idade foi de 30 (24-40) anos, com predomínio do sexo feminino (63% dos casos). A utilização de eculizumabe ocorreu na maioria dos casos (45% em tratamento e 26% em profilaxia). A perda do enxerto por microangiopatia trombótica (MAT) ocorreu em 32% dos casos e 17% evoluíram para óbito. Ao dividirmos os pacientes em subgrupos foi observado que o grupo que não fez tratamento com eculizumabe evoluiu com perda do enxerto atribuída a MAT em 91% dos casos, em contraponto, o grupo que foi submetido a tratamento com bloqueador do complemento teve menor perda do enxerto respectivamente no grupo profilático e no tratamento de 10% e 5.9%, p<0.001. O risco de perda do enxerto por MAT no grupo profilático foi 0.07 [0.01-0.55], p = 0.012 e no grupo eculizumabe foi de 0.04 [0.00 – 0.28], p = 0.002, foram menores comparado ao grupo sem uso de eculizumabe. Conclusão: A perda do enxerto por MAT na ausência do eculizumabe foi elevada nessa coorte. Reforça a necessidade do seu uso em pacientes transplantados renais com diagnóstico de SHUa tanto para o uso profilático quanto terapêutico. Houve uma tendência a melhores resultados para o uso profilático da droga resultando em melhor sobrevida do paciente. São necessários estudos de custo efetividade e de descontinuidade para avaliar o impacto financeiro da utilização do eculizumabe no transplante renal especialmente em países de baixa a média renda.