Utilização de um sistema híbrido de tratamento para biorremediação da vinhaça e avaliação da sua toxicidade por meio de análises histológicas e moleculares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Marcato, Ana Claudia de Castro [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181048
Resumo: Na tentativa de reduzir o uso de combustíveis fósseis, por razões econômicas, geopolíticas e ambientais, o etanol é apresentado como uma das principais alternativas de energia. A vinhaça é um dos subprodutos da produção de álcool a partir da cana-de-açúcar (Saccharum sp.) e, devido à sua abundância em matéria orgânica, tem sido utilizada como fertilizante no solo, apresentando bons resultados ao longo dos anos, pois promove melhoria na fertilidade do solo. Porém, esta substância apresenta significativo poder poluente devido à sua alta concentração de matéria orgânica, e pode alcançar recursos hídricos por meio da percolação, atingindo as águas subterrâneas, e/ou escoamento, atingindo as águas superficiais. O uso de sistemas de tratamento, tais como estabilização, filtração e fitorremediação, para tratar efluentes de diferentes fontes tornou-se particularmente interessante, uma vez que são sistemas biogeoquímicos altamente eficazes para reduzir o impacto da poluição das águas residuais. Diante disto, o presente trabalho teve como objetivo desenvolver um sistema híbrido de tratamento com a finalidade de biorremediar a vinhaça, alterando suas características físicas e químicas na tentativa de diminuir o impacto ambiental desse resíduo. Para verificar a eficácia do tratamento proposto, foram realizados testes físico-químicos da vinhaça antes e após o tratamento e testes com organismos bioindicadores para análise de sua toxicidade; para tanto foram empregados peixes e anfípodas. Para a análise da toxicidade da vinhaça biorremediada foram utilizados como biomarcadores a análise histopatológica de brânquia e fígado (histologia, histoquímica), a investigação de mecanismos moleculares (qPCR, HSP70, TBARS) que indicassem estresse celular em tilápias, e a análise do comportamento de natação de anfípodas. Os resultados obtidos por meio das análises físico- químicas demonstraram uma melhoria significativa na composição da vinhaça, além de comprovar a eficácia do uso do aguapé na fitorremediação. Estes resultados foram corroborados pelas análises de toxicidade, pois, os órgãos analisados dos peixes expostos a vinhaça biorremediada não apresentaram alterações significativas. A análise do comportamento de natação dos anfípodas indicou que apesar da vinhaça ter sido submetida ao tratamento, ela manteve a capacidade de perturbar o ambiente aquático, porém, ao ser comparada com a vinhaça sem tratamento, in natura, observou-se uma redução desta toxicidade. Assim, podemos concluir que o método de tratamento proposto foi eficiente na diminuição do potencial poluente da vinhaça, tornando a utilização deste resíduo mais segura.