Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Stuchi, Nathália Maciel Maniezzo [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/141940
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Resumo: |
Apesar do declínio da incidência, o câncer gástrico ocupa ainda a terceira posição em causa de morte por câncer no mundo, tendo como principal fator de risco a bactéria Helicobacter pylori. Esta bactéria pode levar a uma inflamação persistente através da produção de citocinas pró-inflamatórias e de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio, estimulando a proliferação celular bem como outros processos envolvidos na carcinogênese. Ainda envolvidos nestes processos tem sido observada a participação de microRNAs, que exercem papel importante na regulação pós-transcricional, influenciando processos fisiológicos normais da célula bem como aqueles ligados às doenças, como por exemplo o câncer gástrico. Alguns miRNAs podem atuar como oncogenes, genes supressores de tumor e biomarcadores para diversas patologias, podendo alvejar genes relacionados com inflamação e câncer como o gene ANXA1 (Anexina-A1). A Anexina-A1 é uma proteína anti-inflamatória e com ação anti-proliferativa, que se liga à receptores do tipo formil peptídeo como por exemplo FPR1 e FPR2, ambos sabidamente relacionados com a progressão de doenças como o câncer. Desta forma o presente trabalho teve como objetivos avaliar a expressão da proteína Anexina A1 e seus receptores FPR1 e FPR2, bem como avaliar a expressão do RNAm da ANXA1 e de miRNAs que possam modular a expressão desse gene (hsa-mir-27a, hsa-mir-196a e hsa-mir-222) em adenocarcinoma gástrico e correlacionar estes resultados com os aspectos clínico-patológicos. Foram avaliadas 31 amostras de adenocarcinoma gástrico, assim como as regiões metaplásica ou normal adjacentes ao tumor. A quantificação relativa (RQ) do RNAm da ANXA1 e miRNAs foi realizada por PCR quantitativo em tempo real utilizando ensaio TaqMan, e a expressão proteica da AnxA1, FPR1 e FPR2 por imuno-histoquímica e análise densitométrica. Em relação à expressão gênica relativa foram observados o aumento da expressão da ANXA1 nos tumores (RQ=1,374; p<0,001), assim como do miR-196a que apresentou aumento de expressão tanto no tecido metaplásico (RQ= 4,784; p=0,0016) e tumoral (RQ=16,99; p< 0,001) em relação ao tecido normal. O miR-27a não se apresentou diferencialmente expresso nos diferentes tecidos e houve diminuição da expressão do miR-222 (RQ=0,687; p=0,01) no tecido tumoral em relação ao tecido normal. Apenas o miR-196a e a ANXA1 apresentaram correlação significantemente inversa (r= -0,55; p=0,003), e este miRNA foi o único que apresentou associação com o sexo feminino, devido aumento de expressão em mulheres. Quando se comparou a expressão relativa aos parâmetros clínico-patológicos e tumorais não foram encontradas diferenças significativas. Quanto à expressão proteica o FPR2 não apresentou marcação no tecido normal, metaplásico e tumoral. Contudo a AnxA1 e FPR1 apresentaram imunomarcação positiva amplamente distribuída no tecido tumoral e positivamente correlacionados tanto no epitélio (r=0,87; p<0,0001) como estroma (r=0,62; p=0,004). Portanto, nossos resultados sugerem que a ANXA1 é modulada pelo miR-196a em câncer gástrico, e evidenciam que tanto a AnxA1 como o FPR1 também estão envolvidos no processo de carcinogênese gástrica. Tais achados podem abrir possibilidades para futuros estudos sobre novos alvos terapêuticos já que AnxA1 e FPR1 são possíveis alvos farmacológicos, e as terapias baseadas em microRNAs tem sido amplamente pesquisadas. |