Plasticidade das junções comunicantes no músculo bíceps braquial em modelo experimental de hipertrofia muscular: análises morfológicas, moleculares e funcionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pimentel Neto, Jurandyr [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204966
Resumo: A junção neuromuscular (JNM) e a junção miotendínea (JMT) compreendem um sistema de junções comunicantes que por meio de diferentes estímulos se adaptam, alteram a sua morfologia e consequentemente a estrutura muscular. Um dos principais estímulos que contribuem com tais adaptações é o exercício físico em diferentes modalidades e aplicações para cada grupamento muscular. É comprovado que o exercício físico promove benefícios ao músculo estriado esquelético e particularmente as ultraestruturas da JMT, a morfologia da JNM e consequentemente aos sarcômeros. Desta forma os diferentes protocolos de escada vertical, que representam o modelo experimental de hipertrofia muscular, podem contribuir com as adaptações nas junções comunicantes e quando associados seus efeitos podem ser potencializados. O objetivo do presente estudo consistiu em descrever as adaptações morfométricas e moleculares das junções comunicantes do músculo bíceps braquial de ratos Wistar adultos, em protocolos experimentais de escada vertical. Foram utilizados 60 ratos divididos em 4 grupos: Sedentário (S) - não participou de nenhum protocolo experimental; Escalada (E) - sem sobrecarga adicional; Escalada Sobrecarga (ES) - com sobrecarga adicional progressiva; Escalada/Escalada Sobrecarga (EES) - combinação dos protocolos em dias intercalados. Os protocolos (E, ES, EES) foram realizados em 24 sessões, 3x/semana por um período de 8 semanas. Estes grupos foram submetidos durante o período pré (T1) e pós (T2) protocolo a testes funcionais. A massa corporal foi avaliada em 3 períodos (P1, P2 e P3) e ao término dos protocolos amostras do músculo bíceps braquial foram dissecadas para as técnicas microscópicas e morfométricas. Em relação à massa corporal, os Grupos experimentais apresentaram aumento da massa, porém não significativo. Em relação à massa muscular, houve aumento em E, ES e EES. Os animais dos grupos E, ES e EES apresentaram melhor rendimento no desempenho funcional, no período pós protocolo, diante do aumento do teste de carga máxima carregada e no número de escaladas realizadas e redução do tempo das escaladas. Por meio da microscopia de luz foi possível revelar aumento da área nuclear e da dimensão fractal no Grupo E e ES e redução no Grupo EES. Em relação à área de colágeno observou-se aumento nos Grupos E, ES e EES. A análise de ATPase miofibrilar demonstrou aumento da área de secção transversa (AST) das fibras: Tipo I nos Grupo E, ES e EES; Tipo II em E e ES e redução em EES; Tipo IIx aumento nos Grupos E, ES e EES. Os comprimentos dos sarcômeros do ventre muscular revelaram aumento nos Grupos E e ES e redução em EES. Nos sarcômeros proximais aumentos no Grupo E, com redução nos Grupos ES e EES. Os sarcômeros distais apresentaram aumento nos Grupos E e EES e redução em ES. Em relação ao comprimento das invaginações sarcoplasmáticas observou-se aumento nos Grupos E, ES e EES, assim como sua interface miotendínea já em relação a espessura,observou-se aumento em E e EES com redução em ES. Nos comprimentos das evaginações sarcoplasmáticas houve aumento nos Grupos E, ES e EES e nas espessuras redução em E, ES e EES. A Lâmina Basal (LB) apresentou espessamento nos Grupos E e ES e redução no Grupo EES. A Camada de Suporte de Colágeno (CSC) e as fibras colágenas transversais apresentaram aumento principalmente nos Grupos E e EES. Na região pós-sináptica (JNM) a área corada apresentou redução nos Grupos E, ES e EES, a área total demonstrou redução em ES e aumento em E e EES. O perímetro corado, perímetro total e dispersão reduziram nos Grupos E, ES e EES, com aumento no diâmetro máximo nos Grupos E e EES e redução em ES. Na JMT foram imunomarcados os telócitos (CD34+) em todos os Grupos com sua ampla disposição em suas margens. Concluímos que os diferentes protocolos experimentais contribuíram com aumento da massa muscular e desempenho funcional, além de promoverem adaptações morfológicas nas junções comunicantes, principalmente no grupo sem sobrecarga (E) e no grupo de protocolos associados (EES). As alterações refletiram no sistema unidirecional da JNM até a JMT e em suas estruturas, além da associação com o nicho de telócitos e sua íntima relação com a JMT em todos os grupos.