Babel sertaneja: personagens estrangeiras de Guimarães Rosa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Avila, Aline Maria Magalhães de Oliveira [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/152399
Resumo: O objetivo desta tese é investigar em narrativas de Guimarães Rosa como se relacionam as personagens nativas e estrangeiras, ou seja, verificar se há receptividade ou rejeição do diferente, a empatia ou a recusa do outro. O corpus é constituído por textos rosianos em que surgem ou se destacam personagens alemãs – o romance Grande sertão: veredas, a novela “O recado do morro” de Corpo de Baile, o conto “O mau humor de Wotan”, de Ave, palavra – e ciganas: os contos “Faraó e a água do rio”, “O outro ou o outro” e “Zingaresca”, de Tutameia. O procedimento para se atingir a meta é a apuração, por meio da análise, da construção desse tema pelas categorias narrativas, tendo como centro as personagens e sua relação com a história, o narrador, a focalização, o espaço e, como não poderia deixar de ser, a linguagem. Neste caso, salienta-se a exploração de hibridismos. Os resultados da análise de cada narrativa levaram à possibilidade de comparação entre elas no que diz respeito à constituição do tema. A investigação tem como suporte estudos sócio-históricos e estudos culturais relativos ao estrangeiro e ao imigrante, a relações de alteridade e identidade. Os autores e obras principais são: “Os processos de transculturação na narrativa latino-americana” (2001), de Angél Rama; Culturas híbridas (2000) de Néstor Garcia Canclini; Hibridismo (2003), de Peter Burke; O local da cultura (2007), de Homi K. Bhabha; Introdução aos estudos culturais (2004) de Armand Mattelart; Sobrados e mucambos (2013) de Gilberto Freyre. Baseamo-nos também, para a análise da personagem, nas propostas teóricas de Antonio Candido em “A personagem de ficção” (2000) e em Discurso da narrativa (1972) de Gérard Genette para o estudo das categorias narrativas. Intenciona-se demonstrar que o tema do estrangeiro pode ser uma nova chave de leitura para a obra rosiana, visto que se entende sua abordagem como um projeto de universalização do sertão mineiro fazendo desse espaço literário uma babel em que se cruzam os mais diversos idiomas, culturas e alteridades.