Mecanismos de tolerância à dessecação em sementes de Annona crassiflora Mart. E Annona glabra L.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: De-Pieri-Oliveira, Mariana de Fátima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/190934
Resumo: Para que as plantas conseguissem conquistar o ambiente terrestre, foi necessário desenvolver habilidades que as tornassem capazes de sobreviver aos desafios de seu habitat, dentre as quais estão o desenvolvimento de mecanismos de tolerância à dessecação das sementes. Espécies que habitam locais com grande disponibilidade de água tendem a produzir sementes recalcitrantes e por outro lado, as espécies que habitam locais secos, como os Cerrados, tendem a produzir sementes ortodoxas, conseguindo tolerar períodos de seca sem acumular danos que prejudiquem a germinação. Dentre os sistemas que atuam no mecanismo de tolerância à dessecação estão a atividade de enzimas antioxidantes, o acúmulo de açúcares e a atividade das proteínas da embriogênese tardia (LEA). A família Annonaceae possui espécies inseridas em habitats contrastantes, como a Annona crassiflora, oriunda do Cerrado e a Annona glabra, oriunda de manguezais o que as torna interessantes para avaliar se suas sementes apresentam diferentes respostas frente à tolerância à dessecação. Para alcançar esse objetivo, sementes das duas espécies foram coletadas e avaliadas após submissão a diferentes níveis de secagem (teor inicial de água, 20%, 10% e 5%) e secagem seguida de reidratação. Foram realizados testes de germinabilidade, quantificação enzimática (superóxido dismutase (SOD) (EC 1.15.1.1), peroxidase (POD) (EC 1.11.1.7) e catalase (CAT) (EC 1.11.1.6)); de açúcares (frutose, galactose, glicose, manose, sacarose e trealose); determinação de proteínas LEA e teor de lipoperóxido. Os resultados mostraram que as sementes de A. crassiflora foram capazes de tolerar secagem até teor de agua de 10% e A. glabra até 5%, além disso, a atividade das enzimas antioxidantes variou entre as espécies em função da secagem das sementes, de modo que para sementes de A. crassiflora a superóxido dismutase foi a enzima que apresentou maiores alterações em sua atividade enquanto que nas sementes de A. glabra foram a catalase e a peroxidase. Por outro lado, em ambas as espécies ocorreram reduções do conteúdo de açúcares solúveis totais com a secagem, e após reidratação a redução foi apenas nas sementes de A. glabra. Em A. crassiflora o número de proteínas LEA foi reduzido com a secagem, o que resultou em menor capacidade das sementes de tolerar os maiores níveis de secagem (teor de água de 5%), enquanto em A. glabra o número se manteve e as sementes suportaram secagem até 5%. As respostas distintas destes sistemas juntamente com a redução de danos de membrana celular observada pela análise de lipoperóxido e das taxas de 9 germinação mostram a ação distinta dos diferentes mecanismos envolvidos para garantir os diferentes níveis de tolerância à dessecação nestas espécies.