Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Lopes, Alexandre |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/192406
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Resumo: |
Segundo a Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP), a dor crônica pós-operatória (DCP) é aquela presente por mais de três meses após a realização de um procedimento cirúrgico. As cirurgias ortopédicas para o tratamento de doenças degenerativas relacionadas ao avanço da idade têm crescido nas últimas décadas, expondo esses indivíduos ao risco de desenvolver a DCP. O objetivo desse estudo foi avaliar a incidência de DCP em pacientes submetidos as cirurgias ortopédicas como a artroplastia total de joelho e quadril, fixação de fratura de fêmur e cirurgias na coluna vertebral. Os fatores de associação para o aparecimento da DCP, assim como sua ocorrência foram estudados. Foram aplicados questionários validados disponíveis na literatura, assim como protocolo de pesquisa desenvolvido pelos pesquisadores. Buscou-se contemplar questões sobre a presença, localização, tipo e intensidade da dor, presença de dor neuropática, identificação de labilidade emocional e catastrofização da dor, uso de medicação para o controle da dor, dentre outros. As entrevistas dos participantes ocorreram em duas etapas, no pré-operatório e pós-operatório, esse último com o seguinte cronograma: 30 dias, três, seis e doze meses após a realização da cirurgia. Os pacientes incluídos no decorrer da pesquisa foram acompanhados durante um ano após a realização da cirurgia, sendo assim, o estudo levou dois anos para ser concluído. Essa pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição. Após convite e análise de critérios de inclusão e exclusão, foram incluídos 278 pacientes (62% do sexo feminino), sendo 187 com indicação cirúrgica para a fixação de fratura de fêmur, 50 na coluna vertebral, 29 para artroplastia de quadril e 12 para artroplastia total de joelho. Desses, 29% tinham entre 45 e 65 anos de idade e 71% estavam acima de 65 anos. Na entrevista do pré-operatório, não foram evidenciadas influências de labilidade emocional (ansiedade e depressão) ou catastrofização da dor. Quanto ao uso de analgésicos, 84,2% faziam uso no momento (62,2% opioides). Ainda no período de internação hospitalar, 16 participantes com proposta cirúrgica para FF faleceram antes do procedimento cirúrgico (causas não estudadas nesse trabalho). Na segunda fase do estudo, após a alta hospitalar, excluindo os participantes que faleceram (n=57) e os não encontrados (n=3) no período, 58,7% (n= 128) apresentaram DCP, sendo as mulheres, os participantes com idade inferior a 65 anos e os submetidos à cirurgia de coluna vertebral (72,7%), os mais acometidos. Quanto ao uso de medicamentos para o controle da dor, 54% do grupo dor DCP relataram fazer uso no momento da entrevista. Para 15,6% desses participantes, a dor era intensa, 42,2% moderada e 42,2% leve. Após um ano da realização da cirurgia, foram entrevistados 184 participantes e, desses, 37% descreveram a persistência da dor crônica pós-operatória. Na análise de regressão logística, a probabilidade de desenvolvimento da DCP foi 2,24 vezes maior para o sexo feminino. Concluiu-se que as cirurgias da coluna vertebral, embora menos invasivas que as demais, apresentaram maiores escores de intensidade da dor e maior incidência da dor crônica pós-operatória. A presença prévia e a intensidade da dor, o uso de analgésicos opioides, idade inferior a 65 anos são variáveis associadas ao aparecimento da doença. Na análise de regressão logística, do presente estudo, os indivíduos do sexo feminino apresentaram risco 2,24 vezes maior de desenvolvimento de dor crônica pós-operatória. |