Avaliação da tiamina plasmática como preditora de complicações no pós-operatório de cirurgia de revascularização do miocárdio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Garcia, Leonardo Rufino
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/251057
https://orcid.org/0000-0002-8280-471X
Resumo: Introdução: as doenças isquêmicas do coração estão entre as principais causas de morte no mundo. A cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) é a modalidade terapêutica que possibilita revascularização completa, mas, por conta das suas características, pode induzir injúria de reperfusão e dano tecidual. A deficiência de tiamina (vitamina B1) vem ganhando destaque em pacientes graves, sendo que pode estar presente em até 20% deles. Objetivo: avaliar a associação entre as concentrações plasmáticas de tiamina com os desfechos angina, infarto agudo do miocárdio (IAM), insuficiência cardíaca (IC), choque cardiogênico, arritmias, injúria renal aguda (IRA) e mortalidade em 30 dias em pacientes submetidos à CRM. Métodos: foi realizado estudo observacional, prospectivo, que incluiu 131 pacientes consecutivos submetidos à CRM. Foram coletadas amostras de sangue pré-operatórias e no primeiro dia de pós-operatório, que foram utilizadas para a dosagem de tiamina por método de cromatografia líquida de alta performance (HPLC). Resultados: a média de idade foi de 61±9,1 anos, o EuroScore II médio foi de 1,78±1,3%, o tempo médio de cirurgia foi de 321±58 minutos e o tempo médio de duração da circulação extracorpórea (CEC) foi de 101±30 minutos. O valor plasmático médio da tiamina no pré-operatório e pós-operatório foi de, respectivamente, 33±15ng/ml e 20±7,8 ng/dl. Foi observada queda dos valores de tiamina em todos os pacientes entre os dois períodos. Deficiência laboratorial de tiamina antes da cirurgia esteve presente em 15,3% (20 pacientes). A mortalidade geral em 30 dias foi de 12,2% (16 pacientes). Em relação aos outros desfechos clínicos, IRA esteve presente em 24% dos pacientes (31 pacientes), IC em 9% (12 pacientes), choque cardiogênico em 7,6% (10 pacientes), IAM em 2,3% (3 pacientes) e acidente vascular cerebral em 1,5% (2 pacientes), sendo que a presença dessas complicações foi maior dentre os pacientes que evoluíram para óbito. Os pacientes que morreram também apresentaram maior idade, IMC e EuroScore II e menor fração de ejeção. A porcentagem de variação da tiamina foi maior dentre os pacientes que apresentaram IRA (39,78±13,50 x 33,71±13,07; p=0,027). Quando avaliamos os desfechos combinados com e sem óbito, a porcentagem de variação de tiamina também foi maior dentre os pacientes que apresentaram os desfechos do que entre os que não os apresentaram. Entretanto, após análise de regressão logística multivariada, a variação da tiamina não se associou a nenhum desfecho após CRM. Conclusão: a porcentagem de variação de tiamina entre os períodos pré e pós-operatório não se relacionou com a ocorrência de desfechos clínicos combinados em pacientes submetidos à CRM.