Repercussões da dieta ocidental e da exposição ao ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-d) sobre a próstata de camundongos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Rocha, Vanessa Aguiar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/250718
Resumo: A dieta ocidental (DO), rica em gorduras saturadas e carboidratos simples, está associada ao desenvolvimento de “patologias da civilização”, incluindo distúrbios reprodutivos e aumentando a probabilidade dos indivíduos desenvolverem doenças prostáticas. Adicionalmente, o uso de herbicidas, como o 2,4-D, um interferente endócrino, gera resíduos nos alimentos e em ambiente doméstico acima dos níveis permitidos. A literatura tem avaliado a ação desses fatores separadamente, no entanto, eles coexistem no ambiente e podem atuar como fatores sinérgicos, predispondo doenças crônicas sistêmicas e aumentando a susceptibilidade à carcinogênese. Dessa forma, como intuito de avaliar a ação do herbicida 2,4-D sobre a próstata de camundongos expostos cronicamente à DO, camundongos machos C57Bl/6J receberam simultaneamente uma dieta hiperlipídica, rica em sacarose e solução de açúcares, e 2,4-D nas doses de 0,02, 2,0 ou 20,0 mg/kg p.c./dia por via oral, por 6 meses. Dados de consumo de ração, peso corpóreo e peso de gordura foram registrados. Após o tratamento, foi realizado o teste de tolerância à glicose (GTT) e após laparotomia, a próstata ventral foi coletada para avaliações histológicas e moleculares, onde a expressão gênica foi quantificada por RT-qPCR. Nossos resultados mostraram que a DO foi capaz de induzir obesidade nos animais. O tratamento com a DO aumentou o peso e a gordura corpórea, induziu intolerância a glicose e alterações morfológicas com modificação nos compartimentos da glândula prostática, aumento na quantidade de colágeno e mastócitos. A imunohistoquímica revelou aumento de células positivas para o PCNA (proliferação celular) no grupo DO. Na análise molecular foi observado aumento na expressão gênica do Ar; de importantes genes antioxidantes (Sod1, Cat, Gsr); de citocinas relacionadas a inflamação (Il10, Il6, Tnfα); de genes relacionados ao reparo e turnover celular (Tp53, Ki67, Casp3) e de alvos relacionados a metilação de DNA (Dnmt1) e biossíntese de miRNAs (Dicer e Drosha) no grupo DO em relação ao controle. O 2,4-D, no tratamento combinado, mostrou modular os parâmetros metabólicos, a morfologia prostática e a expressão dos genes alterados pela DO, sobretudo nas duas menores doses, assemelhando-se aos valores observados no controle negativo. Em contrapartida, o grupo tratado com a maior dose do herbicida no contexto da DO, apresentou redução no consumo da ração e redução no peso corpóreo, além de aumento da expressão de Ar, Ki67, Casp3 e Dnmt1 em relação ao controle negativo. Nossos resultados dão suporte a novas pesquisas para permitir uma melhor compreensão do papel do 2,4D no tratamento combinado com a DO sobre a próstata.