Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Barbosa, Thaís Alves [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/136351
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Resumo: |
A necessidade de permanência em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) simboliza um dos principais fatores desencadeantes de colonização e infecção. Sabe-se que logo após o nascimento, inicia-se a colonização bacteriana do neonato pelo contato com a microbiota materna, dos profissionais de saúde ou a partir da exposição ambiental. Recém-nascidos (RNs), que permanecem em tratamento intensivo, possuem predisposição aumentada para infecção posteriormente à colonização. A maior sobrevida e o prolongamento do período de internação dos neonatos têm proporcionado uma elevação nas taxas de infecções, principalmente em UTINs. Objetivos: Estudar a epidemiologia da colonização e infecção microbiana em uma coorte de neonatos admitidos em uma UTIN com abordagem clínica e molecular. Metodologia: Foram incluídos no estudo todos os neonatos admitidos na UTIN, nascidos no HC da FMB, por um período de um ano, e assim coletadas amostras de aspirado traqueal, como também por meio de swabs estéreis dos sítios nasal e anal e acompanhamento do recém-nascido até o desfecho final (alta da UTI ou óbito). Micro-organismos isolados foram submetidos à identificação e ao teste de sensibilidade às drogas antimicrobianas para a determinação da concentração inibitória mínima (CIM) pela técnica de E-test. Dentre os Staphylococcus spp. que apresentarem resistência à meticilina foi determinado o tipo de cassete cromossômico estafilocócico mec (SCCmec). Para a pesquisa de clones prevalentes na unidade, foi realizada a caracterização dos clusters pela técnica de eletroforese em gel de campo pulsado (PFGE). Resultados: Os resultados revelaram maior incidência de infecção (27,8%) e colonização por Staphylococcus epidermidis principalmente na mucosa nasal (56,4%). Na mucosa anal predominou a colonização por Serratia marcescens (26,8%). Os resultados evidenciaram cepas de S. epidermidis resistentes a sulfametoxazol-trimetoprim, e S.epidermidis e Enterococcus faecalis resistentes a quinopristina/dalfopristina. Das 402 amostras de Staphylococcus spp. estudadas, 204 (50,7%) apresentaram o gene mecA, com uma maior frequência de isolados provenientes da mucosa nasal, sendo detectados 47 isolados albergando o SCCmec tipo I, 12 carreando o SCCmec tipo II, 77 carreando o SCCmectipo III e 43 albergando o SCCmec tipo IV. A tipagem molecular para determinação dos clusters pela técnica de PFGE demonstrou a presença de isolados de diferentes RNs, com perfis idênticos ou alta taxa de similaridade, sugestivo de contaminação cruzada. Além disso, isolados obtidos do mesmo RN, porém, de sítios diferentes também se apresentaram como idênticos, comprovando que o micro-organismo que colonizava o RN no momento da coleta também era o agente infeccioso. A análise estatística revelou que o processo de colonização pode ser considerado fator de risco para infecção, com um risco de três vezes mais quando comparado com RNs não colonizados. Dentre os fatores de risco para colonização a utilização de nutrição parenteral e cateter central de inserção periférica (PICC) aumentaram o risco em seis vezes mais e quatro vezes mais, respectivamente. Conclusão: Os achados deste trabalho podem auxiliar na escolha antimicrobiana adequada visto que o processo de colonização ocorre posteriormente ao nascimento e que a terapia empírica muitas vezes é necessária. O conhecimento do perfil microbiológico da unidade possibilita a criação de protocolos antimicrobianos adequados para prevenção e tratamento de IRAS, objetivando melhoria na qualidade da assistência prestada. Para tanto, salienta-se a importância de implementação de culturas de vigilância, que auxiliam a comissão de controle de IRAS, e a equipe assistencial na elaboração de medidas a serem adotadas. |