Gli amori difficili (1970) de Italo Calvino: a presença do silêncio e da ironia no pós-guerra italiano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Cabreira, Bárbara Coelho Ciciliato
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/251051
Resumo: Este trabalho visa, a partir dos contos presentes na obra Gli amori difficili (1970), de Italo Calvino, realizar uma análise partindo da concepção de silêncio que, na narrativa, se contrapõe com a ironia, esta, por sua vez, utilizada para denunciar a condição que a sociedade italiana vivenciava logo após a II Guerra Mundial. Para Eni Orlandi (1997), o silêncio não representa a inexistência de sons e sim algo que tem significado e se distingue do implícito, que necessita do que foi dito para atingir seu sentido. De acordo com a mesma pesquisadora, “a linguagem empurra o que ela não é para o “nada”. Percebemos, assim, que em Gli amori difficili os sentidos também se multiplicam a partir do momento em que as pessoas se calam e permitem que o silêncio signifique mais que as palavras “arrancadas dolorosamente do silêncio”. Tomamos por base as obras de Cristina Benussi (2001), Ulla Musarra Schroeder (1987) e Calvino (2022) sobre a escrita calviniana, além da obra de Linda Hutcheon (2000) sobre a ironia. Além disso, é perceptível, na obra, a presença de uma fina ironia que, da mesma maneira que o recurso do silêncio, é utilizada para significar e denunciar o momento histórico e destacar a ideia de uma sociedade que se cala em virtude dos traumas do Pós- Guerra. Percebemos, deste modo, que a partir do estudo e análise de Gli amori Difficili (1970), é possível destacar que o uso do silêncio e da ironia são recursos utilizados por Calvino como forma de retratar a sociedade italiana, e a partir desta toda a humanidade, no período do imediato Pós- Guerra, abordando o sofrimento dos homens acuados por situações extremas e afetados pelo difícil momento histórico.