Medicalização escolar e o processo normatizador da coação adulta: a era da palmatória química em uma sociedade hiperativa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Colombani, Fabiola [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/136309
Resumo: Os processos de patologização e medicalização crescente da vida no mundo contemporâneo não perdoam a infância, atravessam os muros da escola e escamoteiam as desigualdades transformando-as em doenças. Respaldados por uma visão hegemônica, tal conduta resulta em tratamentos que individualizam e estigmatizam o aluno. Na procura por solucionar os problemas que emanam do âmbito escolar, desloca-se de uma discussão político-pedagógica e buscam-se soluções rápidas em tratamentos clínicos e medicamentosos, por meio de um reducionismo absoluto que culpabiliza, rotula, estigmatiza e pune o aluno. Assim, este trabalho tem como objetivo discutir de forma crítica essa visão biologizante que se tem do homem como também, analisar a medicalização como um processo proveniente da coação adulta que pode impedir o desenvolvimento moral do aluno a ponto de dificultar o alcance da autonomia. Com a hipótese de que os distúrbios de aprendizagem são invenções oportunistas e estratégicas das indústrias farmacológicas, optamos pelo método da triangulação com o intuito de aumentar a credibilidade ao fazermos uma comparação das diferentes escolas pesquisadas no campo, que inclusive deu origem a uma triangulação que contempla três escolas brasileiras e outra que une Brasil, Chile e França. Tal estratégia metodológica nos possibilitou verificar que somente a escola tradicional opta por encaminhar seus alunos aos profissionais da saúde; as escolas democráticas não cogitam essa ideia e lidam com a prática educacional de forma diferente. Como forma de sustentar a pesquisa como um todo, adotamos uma coerência metodológica ao optar também pela triangulação teórica que colaborou para uma reflexão sobre as práticas sociais e educativas, a partir de apontamentos teóricos existentes nas teorias de Ivan Illich, Michel Foucault e de alguns conceitos consolidados da teoria de Jean Piaget.