Por uma “ciência histórica”: o percurso intelectual de Cecília Westphalen, 1950-1998

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Machado, Daiane Vaiz [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/143940
Resumo: Ter uma vida como objeto central de estudo é adentrar no terreno movediço das múltiplas relações, pois uma pesquisa de percurso intelectual tem como premissa a convergência entre o autor, as obras e o seu contexto de produção. Para nós, interpretar o percurso intelectual de Cecília Westphalen (1927-2004), no período que medeia 1950 e 1998, implica investigar a singularidade de uma vida nas tensões do campo historiográfico brasileiro da segunda metade do século XX, tempo de delineamento da profissionalização do ofício. Nossa questão central repousa na sua construção de si como historiadora filiada à história econômica e social quantitativa, prática que aprendeu nos deslocamentos historiográficos à capital da historiografia francesa. A História como ciência social, a dialética da duração, os ciclos econômicos, as séries, a informática, passam a compor sua linguagem no ensino e na pesquisa. É na historiografia à la Annales que ela identifica o signo da cientificidade capaz de consolidar o status acadêmico da pesquisa histórica no país. Para compreender este modo de ser historiadora é fundamental a historicização dos seus encontros e desencontros acadêmicos configurados em diferentes espaços de sociabilidade e produção do conhecimento, como a Universidade Federal do Paraná, a VIª Section de l’École Pratique des Hautes Études/École des Hautes Études en Sciences Sociales, a Associação dos Professores Universitários de História e a Sociedade Brasileira de Pesquisa Histórica. Assim, também buscamos analisar a reconfiguração da historiografia brasileira por meio da história destas instituições. Para tanto, mobilizamos a produção intelectual de Westphalen, a sua rede de correspondência, anais de encontros acadêmicos e atas de reuniões departamentais. A sociologia do campo acadêmico de Pierre Bourdieu, a reflexão pragmática sobre a história de Gérard Noiriel e a problemática do lugar social do historiador em Michel de Certeau orientam o olhar e instigam questões que perpassam todo este empreendimento historiográfico.