Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Faria, Bruno Augusto da Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/237283
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Resumo: |
Esta pesquisa tem como objetivo analisar a construção de motivos de uma atividade pedagógica antirracista de professoras/es brancas/es de escolas públicas municipais de uma cidade do interior de São Paulo. Fundamenta-se teoricamente na articulação entre a Pedagogia Histórico-Crítica e a Psicologia Histórico-Cultural, referenciais que defendem que o objetivo geral da educação é garantir a apropriação da cultura humana, cultura humana entendida como a riqueza material e intelectual de todo o gênero humano. No entanto, ao estudarmos a história da ciência e da construção do que se nomeia como cultura humana, encontramos o racismo epistemológico, processo no qual ignora-se as contribuições de povos e culturas não brancas na construção de conhecimento. Outra dimensão do racismo está nas relações escolares, diversas pesquisas têm denunciado a discriminação que estudantes negras/os sofrem no contexto escolar, seja de outras/os estudantes ou de professoras/es. (DOS SANTOS CAVALLEIRO, 2001; SILVA JR., 2002; CARVALHO, 2004; ONOFRE, 2008; DA SILVA, 2011; ALMEIDA, 2013). O racismo está estruturado de forma dialógica, se por um lado há a inferiorização do negro, por outro há a sobreposição e exaltação do sujeito branco. Portanto, não podemos tomar o racismo como um “problema do negro”, o branco tem papel ativo na manutenção e alimentação deste sistema mesmo que não reconheça sua identidade racial, marcada pelo silenciamento e apagamento de si própria e do racismo (BENTO, 2002; CARDOSO, 2010; JESUS, 2012). Diante desse cenário, intensifica-se o desafio de garantir a universalidade do acesso à educação e a construção de uma escola justa, democrática e inclusiva. Compreendendo o motivo de uma atividade como o encontro objeto-necessidade (LEONTIEV, 1978). em termos metodológicos, foram utilizados as seguintes estratégias [1] um curso de formação continuada concreta (SANTOS, 2020) proposto para o sistema de ensino municipal e [2] entrevistas com quatro cursistas sobre os impactos do curso, o processo de motivação para uma prática antirracista e as reflexões da identidade branca e do racismo na educação. Os dados apreendidos nas tarefas e atividades do curso, somadas às transcrições das entrevistas gravadas em áudio foram organizados e categorizados sistematicamente em quadros e esquemas conceituais e compuseram a análise até chegarmos na síntese de que a motivação de pessoas brancas para uma atividade antirracista se dá a partir do momento em que o processo de compreender e sentir a necessidade de combater o racismo se encontra concretamente com ações sistematizadas que caminham no sentido de promover a transformação das relações raciais. O encontro dessa necessidade com o objeto - a transformação das relações raciais a fim de atingir o fim do racismo - em um sistema de ações, permite a construção de motivos de uma atividade antirracista. |