Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Casteluber, Alan Medeiros |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/205040
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Resumo: |
Este trabalho investiga como o autor estadunidense Don DeLillo analisa a construção da subjetividade do sujeito contemporâneo nos romances Cosmopolis (2003), Zero K (2016) e nos contos ―The Angel Esmeralda‖ (1994), ―Creation‖ (1979) e ―Hammer and Sickle‖ (2010). A partir de um diagnóstico do presente, DeLillo realça os desafios e transtornos do cotidiano, abordando a experiência atual do viver, e representando um panorama de forças a que está submetido o sujeito. Esta pesquisa debruça-se sobre as estratégias usadas por DeLillo na composição de seus personagens, conduzindo ao desnudamento do indivíduo pós-moderno. Com base em teóricos do pós-modernismo (HARVEY, 1989; JAMESON, 1991; KELLNER, 2001; BYERS, 2011), do pós-humanismo (HAYLES, 1999; PEPPERELL, 2003; FERRANDO, 2013; COSTA et al, 2017), e do Antropoceno (CRUTZEN e STOERMER, 2000; CRUTZEN, 2002), dentre outros, esta investigação aponta para duas conjunturas principais que exercem influência na construção da identidade: o alcance ideológico do capitalismo tardio, percorrendo todo o tecido social, e a crescente expansão tecnológica que invade a vida pós-moderna. As reversões morais resultantes do capitalismo tardio e os estilos de vida propostos pelo sistema são representados de forma contundente nos textos de DeLillo. Consequentemente, há o esboço de uma sociedade movida por desejo e acúmulo, na qual o culto à mercadoria e à novidade envolvem grande parte da existência social. Ademais, as relações de poder constituídas neste contexto decorrem, em grande parte, da discrepância entre o poder financeiro dos indivíduos. Verifica-se, também, que a interação com a tecnologia é onipresente na vida pós-moderna, reorganizando as relações com o trabalho, o lazer, a comunicação, e promovendo, inclusive, novas maneiras de autorrepresentação, assim como modernas formas de monitoramento e vigilância dos sujeitos. Acima de tudo, as obras analisam a crescente dependência de aparatos tecnológicos, os quais se tornaram uma extensão do corpo do ser humano. Neste processo de diluição de fronteiras entre natural e artificial, entre homem e máquina, tem-se delineada uma nova concepção do humano. Esta tese apresenta, portanto, uma pesquisa a respeito de novos conceitos e modelos de subjetividade, analisados por meio das teorias do pós-humanismo. O estudo focaliza também o Antropoceno – a proposta de uma nova era geológica que enfatiza as irreversíveis consequências das ações humanas exploratórias no planeta. DeLillo concebe um universo que não apenas retrata as adversidades do contexto atual, mas também representa uma imagem distópica da trajetória humana rumo a um futuro apocalíptico. Portanto, o resultado desta tese contribui para o corpo de reflexões crítico-literárias e sociais a respeito do pós-modernismo, do póshumanismo, e do Antropoceno. |