Produção científica sobre desinformação nas ciências sociais (2017-2022): delineando avanços e tendências

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Oliveira, Carla Conforto de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/255184
Resumo: Nos últimos anos, o fenômeno da desinformação tem se intensificado cada vez mais, especialmente com o avanço das Tecnologias da Informação e da Comunicação. A desinformação provoca impactos que afetam desde questões micro como as interações sociais até dilemas macroeconômicos, políticos e de saúde. Diante desse cenário, esta dissertação compreende o papel central da informação para o corpo social, pois quando ela é baseada em fontes confiáveis, é capaz de moldar concepções e influenciar decisões que podem influenciar no bem-estar social. Por outro lado, a desinformação busca enganar, causar confusão generalizada e manipular a opinião pública, prejudicando indivíduos e a sociedade como um todo. A massiva disseminação de ideias e informações falsas nas mídias sociais tem ganhado significativa atenção no debate público. De forma geral, objetiva-se caracterizar a produção científica sobre o tema desinformação por meio dos indicadores métricos de produção e citação. O estudo bibliométrico evidencia tendências temporais das publicações científicas, delineando a produção de autores, países e veículos de comunicação mais produtivos, além das subáreas do conhecimento e áreas temáticas mais presentes. A metodologia adotada compreende uma revisão bibliográfica na base da dados Scopus, focando em artigos de acesso aberto na área de Ciências Sociais publicados entre 2017 e 2022, nos idiomas inglês, espanhol e português e foram obtidos 1.703 resultados, bem como um estudo bibliométrico sobre essa produção. Para melhor delimitação do corpus, foram retirados os artigos com menos de seis citações, resultando em 880 documentos. Para a análise dos dados, utiliza o conceito Elite de Pesquisa, desta forma, foram estudados os 30 artigos mais citados. A revisão bibliográfica e o estudo bibliométrico têm potencial para indicar o crescimento significativo da produção científica sobre desinformação ao longo dos anos, proporcionando o delineamento e tendências, fatores influenciadores e períodos de maior intensificação de pesquisas sobre o tema. Destaca nos resultados o aumento da produção científica nos anos de 2020 e 2021, bem como maior interesse por temas que relacionem a desinformação com a pandemia da Covid-19. Além dessa temática, questões sobre tecnologia e política se destacam nos artigos. Apenas o periódico Harvard Kennedy School Misinformation Review publicou dois artigos, os 28 restantes estão distribuídos em periódicos distintos. Dentre as subáreas dos periódicos, as de maior destaque são: Comunicação, Biblioteconomia e Ciência da Informação, Sociologia e Ciência Política. Dos 29 periódicos, somente 2 estão no Q2 (First Monday e Javnost), o restante faz parte do Q1, ou seja, estão entre os 25% mais relevantes. Os Estados Unidos apresentaram a maior produção do corpus, com 16 artigos, seguido do Reino Unido (8) e Austrália (4). Em relação aos autores, somente três publicaram mais de um artigo (Jamieson, Nyhan e Reifler). Por fim, foram propostas diretrizes para futuros estudos bibliométricos sobre os assuntos citados, destacando estratégias para o enfrentamento da desinformação. Esta pesquisa revela dados sobre o aumento da produção científica sobre desinformação e contribui para uma compreensão abrangente do cenário atual, evidenciando periódicos destacados, autores e países mais prolíficos, subáreas e interdomínios mais presentes na temática.