Epidemiologia espacial da Doença de Chagas no Estado de São Paulo e Fatores associados ao Desenvolvimento das formas cardíacas e digestivas em uma coorte de pacientes admitidos com a forma crônica indeterminada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Costa, Erika Alessandra Pellison Nunes da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/193353
Resumo: Embora o Brasil tenha recebido da Organização Mundial da Saúde o certificado de eliminação da transmissão da Doença de Chagas (DC) pelo Triatoma infestans, novas formas de contágio e a alta prevalência de sequelas a mantém entre as quatro maiores causas de mortalidade por infecções no país. Seu impacto sobre a saúde da população ainda requer pesquisa epidemiológica e clínica. Esta tese é composta por dois estudos. O primeiro, de natureza ecológica, teve por objetivo caracterizar geograficamente um agregado de indivíduos com DC localizado no Sudoeste do Estado de São Paulo. Nesse estudo, georreferenciamos o local de nascimento e de residência de pacientes atendidos no ambulatório de Doenças Tropicais do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu. Mapas com suavização de Kernel e análise de dependência espacial pelo índice I de Moran foram produzidos. Identificamos espacialmente dois aglomerados por residências, um em volta de Botucatu (e provavelmente decorrente de viés de rede de assistência) e outro em pequenos municípios próximos à fronteira com o Estado do Paraná. Na análise de naturalidade, somente este último aglomerado estava presente caracterizando uma provável área de intensa transmissão entre as décadas de 1950 e 1970. No segundo estudo, uma coorte não-concorrente de 379 pacientes admitidos entre 1998 e 2018 ao ambulatório com a forma crônica indeterminada (FIC) foi acompanhada, tendo como desfechos o desenvolvimento de formas cardíacas (FC) e digestivas (FD). O acompanhamento foi realizado até setembro de 2019. Ao todo, 87 (22.9%) dos pacientes progrediram para FC, e 100 (26.4%) para FD. Em dados da análise multivariada de Regressão de Cox, a 15 evolução para FC foi associada positivamente à história prévia de infarto agudo do miocárdio (HazardRatio[HR], 2.42; Intervalo de confiança[IC] 95%, 1,53-3,81) e negativamente associados à terapia com Benznidazol (HR, 0,26; IC95% 0,11-0,60). Por outro lado, o sexo feminino foi o único preditor independente de progressão para as formas digestivas (HR, 1.56; IC 95%, 1.03-2.38). Esses resultados apontam para um impacto benéfico do uso do Benznidazol em pacientes assintomáticos para prevenção de FC, mas não para a Forma Digestiva da DC.