Análise do repertório vocal de Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) (Aves: Passeriformes: Tyrannidae) em diferentes regiões do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Rodrigues, Fernanda Gonçalves [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/151695
Resumo: O bem-te-vi, Pitangus sulphuratus, é um dos pássaros mais comuns em quase todo o Brasil e considerado o mais popular deste país. Apresenta um comportamento altamente versátil e generalista, e encontra alimento facilmente em qualquer hábitat, tendo uma ampla distribuição geográfica, sendo encontrado do Texas ao sul da Argentina. No Brasil ocorrem quatro subespécies, que apresentam diferenciações nas cores da plumagem do dorso e do ventre. Inserido na Classe Aves, ordem Passeriformes, subordem Suboscines, tem o seu canto considerado inato, já que se desenvolve normalmente na ausência de um modelo auditivo. As aves Suboscines são bons modelos de análise vocal entre populações, já que quaisquer diferenças entre suas vocalizações não poderiam ser atribuídas aos padrões culturais de aprendizado. Considerando-se que o ambiente exerce uma seletividade na transmissão do som, indivíduos de uma mesma espécie podem apresentar diferenças vocais por estarem em ambientes diferentes; sendo assim, a localização pode exercer uma padronização ou diferenciação nas vocalizações das aves. Neste trabalho foram utilizadas 288 vocalizações de Pitangus sulphuratus, os quais foram classificados de acordo com sua sintaxe. Realizaram-se análises estruturais acústicas para a comparação e identificação de possíveis variações vocais entre as populações das subespécies presentes no Brasil e correlação com a altitude, latitude, longitude, bem como variáveis bioclimáticas (temperatura e precipitação). Foram identificadas oito sílabas diferentes, que combinadas compõem os três tipos de vocalizações presentes no repertório da espécie. A vocalização principal e a vocalização da aurora apresentaram sintaxe combinatória, que ocorre quando a ave muda a posição das sílabas nas vocalizações. O tempo entre as sílabas A e B relacionou-se positivamente com a longitude; já o tempo da sílaba A teve relação negativa. Ou seja, quanto maior a longitude, maior o tempo entre A e B e menor o tempo de A. Já as variáveis de tempo das sílabas B, C e tempo total do trecho se relacionaram negativamente com a latitude, apresentando menor duração conforme o indivíduo se aproxima da linha do Equador. Os valores de frequência se relacionaram negativamente com a altitude e com a temperatura e positivamente com a umidade, portanto, conforme aumenta a umidade, e ocorre a diminuição da temperatura, os valores de frequência tendem a aumentar, e quanto maior a altitude menores as frequências. Já as diferenças vocais e as distâncias geográficas, que representavam as localidades das subespécies, não apresentaram relação. Isto indica que as diferenças nas vocalizações não estão relacionadas com as populações das subespécies, podendo ser uma variação individual.