Caracterização da resistência de Conyza sumatrensis ao herbicida paraquat

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pereira, Vinicius Gabriel Caneppele
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/183263
Resumo: A resistência de plantas daninhas a herbicidas é um problema que tem se agravado nos últimos anos, principalmente devido a seleção de biótipos resistentes de buva (Conyza spp.) a importantes herbicidas no manejo destas plantas daninhas, como é o caso do paraquat. Este herbicida atua no aparato fotossintético das plantas, desviando elétrons no fotossistema I, o que leva a formação de espécies reativas de oxigênio (EROs), causando reações oxidativas e morte das plantas. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi caracterizar o comportamento das plantas de Conyza sumatrensis resistentes frente à biótipos suscetíveis ao paraquat, com relação a adaptabilidade ecológica e respostas à ação do herbicida. Ensaios para a caracterização da resistência dos biótipos foram conduzidos através de curvas dose-resposta, a fim de identificar o fator de resistência destas plantas ao paraquat, selecionando-se o biotipo mais resistente para estudos posteriores (FR: 184,71). Foram conduzidos experimentos de adaptabilidade ecológica da espécie, sem a aplicação do herbicida, avaliando-se variáveis morfológicas das plantas como acúmulo de biomassa seca, área foliar, altura das plantas, densidade e tamanho de estômatos além de parâmetros relacionados a fluorescência das plantas (ETR, Fv/Fm). Um terceiro experimento foi conduzido com os mesmos biótipos, trabalhando-se com duas doses de paraquat (0 e 800 g i.a ha-1), a fim de avaliar variáveis fisiológicas no período de 2, 4 e 24 horas após a aplicação (HAA). Algumas plantas foram coletadas 4 HAA para a realização de análises bioquímicas de enzimas antioxidantes da planta como SOD, CAT, APX, POX e MDA. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância pelo teste F (p≤0,05) e as médias comparadas pelo teste de tukey (p≤0,05) calculando-se o intervalo de confiança. Os biótipos resistentes ao paraquat quando na ausência do herbicida, naturalmente apresentaram maior acúmulo de biomassa seca e área foliar, além de maior taxa de assimilação liquida de CO2 (A), eficiência de carboxilação (EC), condutância estomática (gs) e eficiência no uso da água (EUA). Estes biótipos apresentaram maior densidade estomática tanto na face adaxial quanto na face abaxial das folhas, no entanto apresentam estômatos menores com relação ao biotipo suscetível. A taxa de transporte de elétrons (ETR) e o rendimento quântico máximo do fotossistema II (Fv/Fm) foram similares entre os biotipos resistentes e suscetível, porém quando houve a aplicação de 800 g i.a ha-1 de paraquat, apenas os biótipos resistentes apresentaram recuperação 16 HAA. As plantas resistentes apresentaram maior atividade natural das enzimas CAT, SOD, APX, e menor acúmulo de MDA após a aplicação. Os biótipos de C. sumatrensis além de apresentarem elevado fator de resistência, demonstram diferenças morfológicas, fisiológicas e bioquímicas com relação às plantas suscetíveis, além de demonstrarem rápida recuperação dos efeitos deletérios causados pela aplicação de paraquat.