Leitura oral e nomeação de figuras de palavras com dificuldades ortográficas por crianças com deficiência auditiva usuárias de implante coclear

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Cravo, Felipe Augusto Monteiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/153311
Resumo: O implante coclear é um dispositivo biomédico que permite aos seus usuários detecção auditiva. Crianças com deficiência auditiva neurossensorial (severa/profunda), bilateral, pré-lingual, têm sido uma das populações mais favorecidas pelos benefícios desta tecnologia. Contudo, algumas crianças implantadas apresentam dificuldades no desenvolvimento de repertórios expressivos (leitura oral e nomeação de figuras) devido a variáveis como: tempo de implante, tempo de privação auditiva, sexo, perfil familiar e reabilitação fonoaudiológica. Para tanto um processo de reabilitação fonoaudiológica e educacional faz-se necessário. Revisões de literatura apontam uma busca crescente no desenvolvimento de procedimentos de ensino para atender as necessidades destas crianças. De maneira particular, estudos nacionais sob o escopo do INCT-ECCE (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Comportamento, Cognição e Ensino) têm investigado os efeitos do uso de procedimentos e tecnologias de ensino baseadas em equivalência de estímulos. Tem-se demonstrado com esta população que o ensino e o fortalecimento da leitura oral favorece a aprendizagem de nomeação de figuras. Nesta direção, a presente dissertação visa a estender as investigações sobre procedimentos de ensino de leitura oral e nomeação de figuras a crianças com deficiência auditiva e usuárias de implante coclear. Três estudos foram conduzidos. Estudo 1 – apresenta uma revisão de literatura com os descritores “Cochlear Implant”, [and] “Children” [and] “Language”, [and] “Teaching”, no intervalo de tempo entre 2000 e 2016. Objetivou-se investigar: (a) quantidade e as características das investigações sobre procedimentos de ensino de repertório expressivo a crianças com implante coclear, (b) os instrumentos de avaliação mais utilizados e (c) os operantes verbais alvos de ensino. Doze publicações foram encontradas com maior concetração entre os anos de 2012 e 2015; 50% utilizaram delineamentos de sujeito único e o operante verbal mais ensinado foi o intraverbal. Estudo 2 – apresenta uma pesquisa aplicada; a participante foi uma menina de 9 anos de idade com tempo de privação auditiva acima de cinco anos. Objetivou-se verificar a eficácia do Módulo 2 do software ALEPP® sobre o ensino de 64 palavras com dificuldades ortográficas. A participante aprendeu a ler as palavras ensinadas, e por meio do delineamento de múltiplas sondas observou-se que a melhora na leitura aconteceu após a inserção do ensino. Discute-se neste estudo quais as características necessárias das tarefas de ensino para obter os efeitos positivos observados no repertório expressivo (leitura oral) da participante. Ademais, discute-se quais as características de procedimentos de ensino baseados em equivalência. Por fim, o Estudo 3 – baseou-se nas questões emergentes do Estudo 2. Teve como objetivo investigar o efeito de diferentes tipos de ensino (diferenças críticas e múltiplas) com palavras com dificuldades ortográficas, sobre a precisão da leitura e nomeação de crianças usuárias de implante coclear. Duas participantes do sexo feminino, entre 8 e 9 anos de idade, foram submetidas a um procedimento de ensino. Os dados desta pesquisa replicam e extendem os resultados encontrados nas pesquisas nacionais sobre melhora na precisão da fala em nomeação de figuras após ensino e fortalecimento de leitura oral com palavras que apresentam dificuldades ortográficas. Ademais, verificou-se que as dificuldades ortográficas selecionadas por esta pesquisa (i.e., dígrafos e encontros consonantais) produzem efeitos diferentes durante a aprendizagem de leitura oral e nomeação de figuras. Não foram observadas diferenças entre os ensinos com diferenças críticas e múltiplas. Futuras investigações devem (a) ampliar o número de participantes, (b) controlar os efeitos de diferenças críticas e múltiplas dentro dos blocos de ensino, (c) ampliar o número de conjuntos de palavras com dificuldades ortográficas, (d) investigar procedimentos de ensino de operantes verbais mais complexos como intraverbais e autoclíticos.