Efeitos de um programa de exercício físico combinado sobre a função cardíaca, capacidade funcional e qualidade de vida de pacientes com insuficiência cardíaca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Valadão, Tainá Fabri Carneiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192217
Resumo: Fundamento: O arsenal terapêutico da insuficiência cardíaca (IC) consiste em diversas classes de medicamentos, utilização de marcapasso e cardiodesfibriladores implantáveis e reeducação alimentar. E são cada vez mais reconhecidos os benefícios do exercício físico (EF) na sobrevida, na qualidade de vida (QV), na capacidade funcional (CF), na inflamação, na função autonômica, no remodelamento cardíaco reverso e na função endotelial. A hipótese é a de que um programa de EF combinado (EFC), ou seja, EF aeróbico complementado por EF de força é capaz de promover melhora na função cardíaca global, e que esses efeitos estão associados ao aumento da CF e da QV desses pacientes. Objetivos: Verificar o efeito de um programa de EFC sobre as variáveis ecocardiográficas morfológicas e funcionais cardíacas; Avaliar a CF e a QV dos pacientes; Analisar a associação ou correlação entre as variáveis clínicas. Métodos: Ensaio clínico longitudinal, randomizado e controlado, composto por pacientes com IC com fração de ejeção reduzida (ICFER). Foram incluídos 82 voluntários divididos em dois grupos: Grupo Controle (GC n=41): receberam apenas recomendação médica de atividades físicas de rotina; Grupo Intervenção (GI n=41): submetidos a um programa de EFC e supervisionado, composto por exercício aeróbico do tipo caminhada contínua, acrescidos de EF de força, três vezes por semana durante 16 semanas. Ambos os grupos foram submetidos inicialmente e após 16 semanas de protocolo, aos seguintes procedimentos: teste de caminhada Cooper 12 minutos, questionários IPAQ e de QV (SF36), teste de preensão manual e ecocardiograma transtorácico. Resultados: Foram analisadas as participações no estudo de 82 voluntários (GC=41 e GI=41), pareados por idade e sexo. Não foram encontradas diferenças estatísticas entre as variáveis clínicas, terapia otimizada e de composição corporal entre os participantes. Houve melhora estatisticamente significante da QV no GI no momento pós em relação ao momento pré-treino em sete das oito dimensões reveladas pelo questionário de QV-SF36. Houve melhora significante no GI em relação ao GC em cinco das oito dimensões do questionário de QV-SF36. Em relação à CF houve melhora significante da distância percorrida e do VO2 de pico nos dois grupos no momento pós em relação ao momento pré-treino. Na comparação entre os grupos, o GI mostrou melhora significante em relação ao GC das variáveis de CF: distância percorrida (p<0,001); VO2 de pico (p<0,001) e Escore de Borg (p=0,002). Em relação à força de preensão manual houve melhora significante da força de preensão tanto na mão direita (p<0,001) como na mão esquerda (p=0,003) no GI no momento pós em relação ao momento pré-treino e melhora significante da força de preensão da mão direita no GI em relação ao GC (p<0,001). Sobre as variáveis ecocardiográficas, houve melhora significante no GI no momento pós em relação ao momento pré-treino nas variáveis morfológicas: diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo (DDVE, p<0,001), diâmetro sistólico do ventrículo esquerdo (DSVE, p<0,001), espessura relativa da parede (ERP, p=0,039), índice de massa do ventrículo esquerdo (IMVE, p=0,01) e diâmetro do átrio esquerdo (AE, p<0,001); de função sistólica do VE: fração de encurtamento do VE (%deltaD, p<0,001), fração de ejeção do VE (FEs, p<0,001), velocidade de excursão sistólica do anel mitral ao Doppler tissular (Smédio, p<0,001) e débito cardíaco (DC, p<0,001) e de função diastólica do VE: volume do átrio esquerdo indexado (VAEi, p<0,001) e razão entre as ondas E de velocidade de fluxo transvalvar mitral na fase de enchimento ventricular rápido e e’ de velocidade de excursão diastólica do anel mitral ao Doppler tissular na fase de enchimento rápido (E/e’ médio, p=0,002). E quando comparado ao GC, o GI mostrou melhora significante das variáveis ecocardiográficas morfológicas: DDVE (p<0,001), DSVE (p<0,001), ERP (p=0,025) e AE (p<0,001); de função sistólica do VE: %deltaD (p<0,001), FEs (p<0,001), Smédio (p<0,001) e DC (p<0,001) e de função diastólica do VE: VAEi (p<0,001) e E/e'médio (p<0,001) ao final do protocolo. Conclusões: O presente estudo apresenta resultados, que corroboram a literatura atual e achados de relevância clínica, como a melhora das alterações morfofuncionais cardíacas. Dessa forma, o estudo evidencia a importância do programa de EFC supervisionado na reabilitação dos indivíduos em seguimento por IC.