O brincar em uma (in)fância conectada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Machado, Vanessa Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/216977
Resumo: RESUMO Esta dissertação teve como objetivo analisar criticamente as formas históricas atuais do brincar, em especial quando ele se realiza com aparatos digitais. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica e qualitativa que procurou construir uma constelação crítica sobre o brincar de uma infância inserida na cultura cada vez mais mediada por aparatos digitais. O jogo e o brincar foram tomados como fenômenos histórico-sociais, tal como as concepções de infância e de adulto e os brinquedos – os aparatos materiais e simbólicos que dão suporte ao brincar. A hipótese é que na sociedade atual o brincar e o ritualizar estejam sendo substituídos pela relação com aparatos que suprimem de si sua ínsita historicidade, na medida em que se constitui, pela sua mediação, uma condição pós-histórica. O universo das imagens técnicas incita um novo Homo Ludens, que é idêntico a um funcionário que joga segundo regras que não são compreendidas como construções históricas, resultando em um aprofundamento da crise da experiência, denunciada por autores da Teoria Crítica. A constelação crítica organizada neste trabalho ressaltou que o jogo atua em par com o ritual, o primeiro representando a diacronia e o segundo a sincronia nos processos históricos, ambos essenciais à transmissão para as novas gerações da tradição, que por essas mediações é simultaneamente introjetada e transformada. A imersão no jogo por meio de aparatos digitais corresponde a um processo de aceleração social sem mudança real; sujeita adultos e crianças a imperativos capitalistas de exploração da subjetividade para fins de lucro e fetichiza tanto a infância como a idade adulta, tornando a distinção cada vez menos relevante. Para educadores, essas reflexões podem ser relevantes para pensar o espaço que rituais e jogos devem ocupar na educação, desfazendo a ilusão de que se deve educar para o trabalho e a vida adulta quando essas concepções se encontram fetichizadas; também para considerar que o brincar muda suas características de acordo com os aparatos que lhe dão suporte; finalmente, para considerar a necessidade de lidar com temporalidades alternativas ao tempo cronológico vazio e homogêneo na educação.