Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Moreira-de-Sousa, Cristina |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/158310
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Resumo: |
A cana-de-açúcar é uma das principais culturas mundialmente difundida e a alta produtividade resulta na geração de inúmeros resíduos. A vinhaça, resíduo da produção do etanol tem chamado a atenção devido suas características e propriedades, quando empregada na fertirrigação das culturas de cana-de-açúcar. Diversos benefícios foram descritos, ganhos na fertilização e enriquecimento do solo, bem como aumentos na produtividade. Entretanto, a vinhaça também apresenta substâncias que podem ser nocivas, afetando negativamente a fauna existente nos locais de aplicação do resíduo. Frente a essa problemática, diversos estudos foram desenvolvidos com o intuito de melhor compreender os impactos da vinhaça no meio ambiente e, mesmo diante dos benefícios que a fertirrigação com a vinhaça implica economicamente ainda há a necessidade de maiores cuidados com a utilização do resíduo no campo. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi propor um tratamento para a vinhaça, ajustando seu pH em 7,0 (neutro) utilizando cal (CaO), com a intenção de amenizar sua toxicidade para posterior uso no solo, visto que, um dos grandes problemas apresentados pela vinhaça é o pH ácido. O uso de cal foi escolhido por ser este produto utilizado em campo para correção do solo. Foi associado o uso de diversos biomarcadores à bioindicadores de solo, além de testes ecotoxicológicos para avaliar o efeito da vinhaça bruta em comparação à vinhaça tratada. Diplópodos da espécie Rhinocricus padbergi foram expostos à vinhaça em sua forma bruta e tratada com CaO, na concentração estabelecida pela Norma da CETESB, e ao dobro desta mesma concentração, simulando uma situação de super dosagem. A análise do intestino médio destes animais por meio das ferramentas ultraestruturais, imunohistoquímica e marcação de morte celular revelou que a vinhaça bruta pode ocasionar danos nos tecidos dos animais expostos e que o tratamento desta vinhaça surtiu efeito na diminuição desses danos. Testes ecotoxicológicos de fuga e reprodução, padronizados mundialmente pela Organização Internacional de Normalização (ISO), foram realizados com as espécies Eisenia andrei, Enchytraeus crypticus e Folsomia candida; de um modo geral, observou-se que as espécies E. crypticus e F. candida não tiveram seus comportamentos influenciados pela vinhaça bruta e nem pela vinhaça tratada, mas a espécie E. andrei apresentou-se mais sensível a presença da vinhaça no solo demonstrando comportamento de fuga em concentrações mais elevadas de vinhaça bruta e tratada, e, no teste de reprodução, respondeu a exposição à vinhaça tratada, com aumento no número de juvenis em relação a vinhaça bruta. Logo, o emprego da vinhaça na fertirrigação ainda requer cuidados, uma vez que seus efeitos nocivos são notórios, e nesse sentido, a alternativa de neutralizar seu pH pode representar uma medida de emprego desse resíduo com menos impacto. |