Microrganismos promotores de crescimento de plantas: seleção de espécies promissoras e combinações sinérgicas para a agricultura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Buzo, Fernando de Souza [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/295660
Resumo: Microrganismos promotores de crescimento de plantas (MPCP) são amplamente utilizados na agricultura pelos seus benefícios. No entanto, o uso de fungos micorrízicos arbusculares (FMA) e suas combinações com outros microrganismos ainda requer maior investigação. Este estudo teve como objetivo selecionar MPCP de coleções brasileiras com potencial para beneficiar o milho primeira safra e o feijão de inverno, além de identificar combinações sinérgicas desses MPCP com o FMA Rhizoglomus clarum. Inicialmente, foi conduzido um experimento em vasos, em delineamento de blocos casualizados (DBC), com três repetições, no qual foram testados 16 MPCP não micorrízicos, além de um tratamento testemunha sem inoculação. Foram avaliados parâmetros de crescimento, nutrição (nitrogênio – N e fósforo – P) e aspectos fisiológicos das plantas de milho e de feijão. Com base em um índice integrado de desempenho abrangendo os resultados de todos os parâmetros avaliados, foram selecionadas as bactérias Nitrospirillum amazonense, Burkholderia vietnamiensis, Azomonas macrocytogenes, Bacillus aryabhattai, Azospirillum brasilense, Azotobacter beijerinckii e Bacillus amyloliquefaciens para validação em campo. O experimento de campo foi realizado em Selvíria/MS, entre dezembro de 2021 e 2023, em DBC com esquema fatorial 8 x 2 e quatro repetições. O primeiro fator consistiu na inoculação das sete bactérias selecionadas e de uma testemunha não inoculada. O segundo fator avaliou a presença ou ausência do FMA Rhizoglomus clarum inoculado. Foram realizados quatro cultivos agrícolas, iniciando com o milho primeira safra (2021/22), sucedido pelo feijão de inverno (2022), repetindo-se o cultivo de milho primeira safra (2022/23) e feijão de inverno (2023) em sucessão novamente, mantendo os tratamentos fixos nas mesmas parcelas ao longo dos cultivos. As avaliações englobaram parâmetros fitotécnicos, nutricionais, diversidade microbiana (em alguns tratamentos) e propriedades do solo. A inoculação com o FMA aumentou o teor de cobre (Cu) foliar no milho, a produtividade e exportação de N, potássio (K), magnésio (Mg) e ferro (Fe) no feijão, e a atividade da desidrogenase no solo. A bactéria A. macrocytogenes aumentou o teor e exportação de zinco (Zn) pelos grãos de milho, o carbono da biomassa microbiana e o P lábil no solo. As bactérias inoculadas B. amyloliquefaciens, Az. brasilense e Azot. beijerinckii promoveram maior acúmulo de N no feijoeiro. Já a inoculação de B. aryabhattai aumentou o teor e exportação de Fe nos grãos de feijão. As coinoculações do FMA com A. macrocytogenes e Azot. beijerinckii mostraram potencial para elevar o P lábil no solo. A inoculação com Bur. vietnamiensis aumentou a colonização micorrízica no milho, o número de grãos por planta e os acúmulos de N e Cu no feijão. Por fim, N. amazonense promoveu maior teor e exportação de Zn no milho, além de maior teor e exportação de Fe no feijão. As comunidades de bactérias, fungos e FMA associadas às raízes de milho e feijão foram alteradas pelas inoculações de N. amazonense, Bur. vietnamiensis, Az. brasilense (somente no feijão) e pelo FMA Rhizoglomus clarum. Novos estudos são necessários para compreender as interações entre bactérias e FMA coinoculados e identificar as condições em que as inoculações realmente resultam em benefícios para as culturas agrícolas.