Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Santos, Paula Cristina Constantino [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/258973
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Resumo: |
Esta pesquisa discute a relação entre mulheres, maternagem e a presença feminina nos cursos de Licenciatura em Matemática a partir das experiências de docentes da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp). O estudo é fundamentado na teoria tridimensional de justiça social de Nancy Fraser, abordando as dimensões de reconhecimento, redistribuição e representação. A partir dessa base teórica, a pesquisa pretende, especificamente, entender como essas categorias influenciam as trajetórias das mulheres em áreas relacionadas a aprender, ensinar e pesquisar Matemática. A hipótese central da pesquisa é o não reconhecimento, ou o falso reconhecimento, que afeta mulheres em cenários de ensino e pesquisa relacionados à Matemática, resulta de padrões institucionalizados de valoração cultural e má (re) distribuição material que impedem mulheres, principalmente as que estão em condição de maternagem, de participarem em igualdade de condições entre pares do mundo acadêmico. Garantir justiça exige, portanto, transformar padrões culturais, implementar políticas de redistribuição de recursos e direitos, e assegurar a participação paritária das mulheres, com ênfase na reparação das injustiças, historicamente, institucionalizadas. A metodologia adotada é qualitativa, baseada na História Oral, e desenvolvida por meio de Rodas de Conversa com docentes dos cursos de Licenciatura em Matemática da Unesp, proporcionando um espaço para narrar experiências pessoais e profissionais. Essas narrativas são analisadas segundo a teoria de Fraser, permitindo uma interpretação das experiências em relação a reconhecimento, redistribuição e representação. Os resultados revelam que as injustiças associadas a essas dimensões são particularmente agudas no campo da Matemática. As tensões entre gênero e maternagem são exacerbadas por um ambiente acadêmico que prioriza a produtividade e a mercantilização do conhecimento. As docentes enfrentam desafios significativos, incluindo a invisibilidade de suas contribuições acadêmicas e a falta de suporte institucional para conciliar maternidade e carreira. Esse ambiente, inserido em um contexto de capitalismo financeirizado, cria barreiras adicionais para a emancipação e o reconhecimento das mulheres. A pesquisa conclui que, para promover uma universidade mais justa e equitativa, é fundamental revisar e reformular as políticas institucionais voltadas à equidade de gênero. Isso envolve questionar e transformar a lógica produtivista predominante e reconhecer a maternagem como uma dimensão legítima e relevante na vida das docentes. Para construir um ambiente acadêmico inclusivo e justo, é necessário superar as barreiras impostas por essa lógica, permitindo que as mulheres exerçam plenamente suas funções profissionais e responsabilidades com o cuidado. |