Elaboração e validação de questionário para análise do uso de serviços de saúde da atenção básica e relação com fatores de risco à saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ferro, Izabela dos Santos [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/153151
Resumo: Investigações referentes à avaliação dos gastos com saúde são importantes, entretanto os métodos existentes apresentam limitações em suas aplicações, como subestimação dos valores e divergência, erros de preenchimento, limitações de ordem burocrática e falta de validação científica em relação a questionários. Objetivo: Elaborar e verificar a validade e a confiabilidade de um questionário para a avaliação do uso de serviços de saúde na atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS) em adultos com idade ≥ 50 anos. Métodos: Amostra composta por 64 usuários do SUS da cidade de Presidente Prudente – SP. O questionário proposto avaliou a utilização de serviços de saúde da atenção básica considerando as variáveis exames, consultas e medicamentos, nos períodos de 30 e 60 dias retroativos à data da coleta, e sua validade foi testada segundo informações contidas nos prontuários dos participantes. Para a confiabilidade foi utilizado o método “teste-reteste”, considerando um intervalo de 7 dias após a primeira avaliação. Posteriormente, os resultados foram convertidos em valores monetários e comparados segundo indicadores de saúde: idade, sexo, atividade física, composição corporal, condição econômica e escolaridade, ademais as formas de conversão foram apresentadas. Quanto à análise estatística, para observar a validade, confiabilidade, concordância numérica e consistência interna entre os dados, bem como comparação com indicadores de saúde foram utilizados os seguintes testes: Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI), técnica de alfa (α) de Cronbach, correlação de Spearman (rho) e teste de Wilcoxon. Para a relação entre subitens do questionário proposto e produto final foi utilizada a correlação de Pearson (r). Sendo os valores de significância estatística considerados significativos quando inferiores a 5% e o software utilizado foi o BioEstat (versão 5.0). Resultados: Quando analisada a correlação entre a quantidade total de gastos reportados através do questionário com as variáveis analisadas, consultas, exames e medicamentos, foram observados valores de correlação fraca para consultas (r=0,305) quando retroagidos 30 dias e correlação perfeita para medicamentos (r=1,00) para os dois períodos retroativos. Para a correlação entre questionário e prontuário foi observado para o período de 30 dias e 60 dias valores de CCI de fraco a moderado para consultas (CCI=0,429; CCI=0,576) exames (CCI=0,181; CCI= 0,020) e medicamentos (CCI=0,505; CCI= 0,642). Para a correlação da diferença entre valores reportados nos questionários e valores de prontuários com as variáveis descritivas, foi observada diferença estatisticamente significante para “Medicamentos 60 dias” e idade (rho=0,267) e condição econômica (rho=-0,386). Foi observada correlação fraca entre atividade física ocupacional e exames (r=0,259) somente xi para questionário, para o período retroativo de 60 dias. Para diferença entre os valores brutos de gastos reais do questionário proposto e do prontuário, houve diferença estatisticamente significativa para a variável medicamentos, quando retroagidos 30 e 60 dias (p-valor=0,016; p-valor=0,001). Para a confiabilidade intra-avaliador, retroagindo 30 dias foi observado valores de CCI excelente para consultas (CCI=0,805) e fraco (CCI=0,257) para medicamentos, e para 60 dias, foi observado CCI moderado para consultas (CCI=0,543), e fraco para exames e medicamentos (CCI=-0,104 e CCI=0,338). Para a confiabilidade interavaliadores retroagindo 30 ou 60 dias foram observados valores de CCI fraco para todas as variáveis analisadas. Conclusão: O questionário proposto apresentou validade moderada, porém não obteve resultados consistentes para a análise de confiabilidade. Mesmo existindo limitações no seu processo de elaboração, há uma relevância prática no instrumento no que diz respeito a sua facilidade de aplicação no âmbito da saúde e ainda, uma maior efetividade na análise da variável “consultas”.