Pedagogia da alternância e a convivência com o semiárido: as comunidades tradicionais de fundo de pasto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Andrade, Jailton dos Santos [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/144213
Resumo: As primeiras escolas com experiências educativas de Educação do Campo originam-se na Europa, no início do século XX, com as Escolas Famílias Agrícolas, num contexto de abandono das populações camponesas. No Brasil, os movimentos sociais do campo desenvolveram práxis pedagógicas como contraponto às políticas educativas oferecidas pelo Estado às populações camponesas. A Educação do Campo é uma proposta de educação da classe trabalhadora que atende aos anseios de emancipação e formação humana. É, também, uma práxis educativa que se debruça sobre a realidade concreta do seu território de abrangência, buscando promover o desenvolvimento socioterritorial. Nesta pesquisa dissertativa buscou-se analisar como a educação do campo e pedagogia da alternância, a partir do trabalho desenvolvido pela Escola Família Agrícola do Sertão (EFASE) contribuem para a formação de jovens camponeses no desenvolvimento de práticas sustentáveis, na perspectiva da convivência com o semiárido. A metodologia da pesquisa envolveu, além do levantamento bibliográfico, a realização de entrevistas com alunos, presidentes e membros de associações de fundos de pasto e da EFASE. Os trabalhos de campo envolveram também a análise de documentos como Plano de Uso e Desenvolvimentos das comunidades pesquisadas e o Projeto Político Pedagógico da EFASE. As comunidades tradicionais de fundo de pasto desenvolveram formas de uso e gestão coletiva dos recursos naturais da caatinga que as tornam dignas do status de comunidades sustentáveis. As formas de gestão compartilhada dos recursos florestais dos territórios e a quase inexistência de propriedade privada convivem, contudo, com diversas formas de ameaças como a mineração, a grilagem de terras e os parques eólicos. A mobilização camponesa no enfrentamento do latifúndio, da grilagem de terras e do monopólio do saber e a necessidade de oferecer uma educação contextualizada aos filhos e filhas de trabalhadores do campo motivaram a construção da EFASE. Os dados da pesquisa de campo permitem afirmar que a EFASE, tendo a Pedagogia da Alternância como princípio organizativo e pedagógico, consegue dialogar com as mais diversas comunidades sertanejas e suas múltiplas realidades num processo dialético de troca de saberes com amplo respaldo dessas, que buscam uma escola que valorize o campo, a produção agroecológica e contribua com a geração de emprego e renda para seus jovens.