Sintomas comportamentais e psicológicos na demência no contexto da longa permanência: avaliação de idosos e intervenção para cuidadores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Duarte, Evelise Saia Rodolpho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/236843
Resumo: Introdução: O envelhecimento populacional está associado ao aumento da incidência de doenças crônico-degenerativas, como as demências. Devido ao aumento progressivo da necessidade de cuidados, idosos com demência apresentam maior risco de institucionalização. Os cuidadores de pacientes com demência são desafiados a controlarem os sintomas da doença sem o conhecimento adequado, deparando-se com tarefas múltiplas e desafiadoras e, como resultado, estão em maior risco de acometimento do bem-estar físico e mental. Controlar os sintomas comportamentais é relatado como sendo mais desgastante do que gerenciar o declínio cognitivo. Por este motivo, a avaliação dos sintomas comportamentais e psicológicos na demência faz-se importante. Neste contexto, a intervenção psicoeducacional contribui significativamente para a melhoria do bem-estar do cuidador. Objetivos: Investigar a prevalência de sintomas comportamentais e psicológicos na demência em idosos residentes em instituições de longa permanência; verificar a prevalência de sobrecarga, sintomas psiquiátricos, transtorno mental comum e avaliar a qualidade de vida dos cuidadores e os efeitos de uma intervenção psicoeducacional na saúde mental destes indivíduos. Método: Trata-se de um estudo realizado em instituições de longa permanência para idosos de Botucatu, São Paulo, com dois desenhos: 1) Observacional, analítico e transversal e 2) Experimental com grupo controle. Os participantes foram aleatorizados para receberem a intervenção psicoeducacional (grupo intervenção) ou receberem um folder informativo sobre demência (grupo controle). Os instrumentos utiliza-os foram: “Self Reporting Questionnaire” (SRQ-20), “Patient Health Questionnaire” (PHQ-2), “Zarit Burden Interview”, “Short-Form Health Survey” (SF-36) e “Dementia Knowledge Assessment Tool Version 2” (DKAT-2) para os cuidadores e o miniexame do estado mental, índice de Katz, “Clinical Dementia Rating” (CDR) e “Neuropsychiatry Inventory-Questionnaire” (NPI-Q) para os idosos. Resultados: 54 cuidadores e 72 residentes foram avaliados. Dos 72 idosos institucionalizados, 52 (72,2%) eram mulheres, com média de idade de 82,3 (±8,14) anos. A doença de Alzheimer foi o tipo de demência mais frequente, tanto nas instituições privadas (71,0%) quanto nas filantrópicas (48,15%). A maioria dos idosos (mais de 90,0%) apresentou alteração no miniexame do estado mental e 50,0% da amostra demência grave de acordo com o CDR. No NPI-Q, os sintomas comportamentais e psicológicos mais prevalentes foram: euforia e elação (74%) e agitação e agressividade (74%). Na amostra de cuidadores, 49 (90,7%) eram mulheres, com média de idade de 33,9 (±10,8) anos, 40,7% solteiros, 55,6% de instituições privadas e 75,9% com carga de trabalho igual ou superior a 40 horas semanais. 33,3% dos cuidadores apresentaram rastreio positivo para transtorno mental comum, 16,7% para depressão e 36,1% para sobrecarga. Foi encontrada associação estatisticamente significativa entre sobrecarga em cuidadores nas ILPI filantrópicas (p=0,003), assim como uma associação estatisticamente significativa entre a sobrecarga em cuidadores e ter ou não transtorno mental comum (p=0,001). Após a intervenção psicoeducacional, 6 (42,8%) cuidadores do grupo intervenção apresentaram redução da sobrecarga. Conclusão: Identificou-se a presença de sintomas comportamentais e psicológicos em idosos com demência institucionalizados, bem como a presença de sobrecarga em seus cuidadores, em especial das instituições filantrópicas. A intervenção psicoeducacional produziu efeitos positivos na sobrecarga dos indivíduos do grupo intervenção.