Avaliação do potencial de pós-tratamento de esgoto doméstico utilizando microalgas nativas em clima tropical

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Cardozo, Gabriela Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/236378
Resumo: A utilização de microalgas no tratamento de esgotos possui a capacidade de unir o tratamento com recuperação de recursos como fonte de energia, nutrientes e água de reuso, coadunando com os princípios da economia circular. As microalgas possuem a capacidade de tratamento de esgotos com diversas características, promovendo a remoção de nutrientes além de promover também a remoção de bactérias patógenas. Este trabalho teve como principal objetivo avaliar em condições de clima tropical o potencial de pós-tratamento de esgoto previamente tratado anaerobiamente com o uso de um consórcio de microalgas nativas. O estudo de caso foi realizado em escala de bancada em três etapas sequenciais. Na primeira etapa, o efluente após tratamento anaeróbio com RCA foi colocado em quatro condições sendo, área externa com e sem aeração e em sala de cultivo com condições controladas com e sem aeração. Na segunda etapa, os efluentes previamente tratados com FAFA (efluente A) e RCA (efluente B) foram submetidos a condição ótima identificada na primeira. Em ambas as etapas foi avaliada a taxa de crescimento das microalgas e a eficiência dessas na remoção de nutrientes e de bactérias patógenas. Após o cultivo, na Etapa 3, foi realizada a separação do efluente e da biomassa microalgal utilizando o coagulante orgânico Tanfloc SG para avaliar a qualidade do efluente para reuso não potável. Nos resultados da Etapa 1, foi estabelecido como condição ótima aquela cultivada em área externa com aeração, considerando sua alta remoção de nutrientes, 80,9% e 86,3% para NTK e fósforo total, respectivamente, e remoção acima de 99,9% para bactérias patogênicas. Na Etapa 2 identificou-se que a maior eficiência de remoção de fósforo ocorreu para o efluente A cultivado durante o inverno, remoção de 86,3%. Para o nitrogênio a maior remoção de 92,3% ocorreu no efluente B também cultivado durante o inverno. Em relação aos patógenos todas as condições analisadas apresentaram remoção acima de 99%. A partir dos resultados da Etapa 3 identificou-se que a dosagem ideal de coagulante para o efluente A é maior que para o efluente B, porém ambos apresentaram redução acima de 90% para os parâmetros de cor, turbidez, DO540, DO680 e DO750. Dos resultados obtidos, pode ser concluído que o consórcio de microalgas apresentou crescimento independente das condições ambientais em que se encontrava, porém, durante o verão apresentou desenvolvimento mais acelerado do que no inverno. O consórcio demonstrou também eficiência na redução de nutrientes e bactérias coliformes, porém ficou estabelecida a necessidade de uma etapa de desinfecção e remoção de turbidez para garantir o reuso seguro dos efluentes.