Microalgas como solução para recuperação de nutrientes de águas negras tratadas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Slompo, Letícia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/157418
Resumo: A recuperação de nutrientes de água negra por meio do crescimento de microalgas é vista como uma solução promissora para o tratamento terciário de águas negras tratadas anaerobicamente, concomitante à recuperação de nutrientes incorporados na biomassa algal para uso como fertilizantes. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência de um consórcio de microalgas nativas e um isolado deste consórcio em comparação à C. sorokiniana no tratamento e recuperação de nutrientes de uma água negra tratada por um reator UASB utilizando cultivo aerado com e sem CO2. Na primeira etapa, a água negra tratada anaerobicamente foi colocada em ambiente controlado de luz e temperatura para permitir o crescimento das microalgas existentes. Na segunda e na terceira etapas foi utilizada água negra tratada anaerobicamente em fotobiorreatores em escala laboratorial de dois litros para o crescimento das microalgas durante bateladas de 7 dias. Na segunda etapa foram realizadas três bateladas com o consórcio de microalgas, com iluminação de 40 μmol.m-2.s-1 e cultivo sem e com CO2. Na terceira etapa foram realizadas duas bateladas sem CO2 e duas bateladas com CO2, compostas por fotobiorreatores inoculados com o Consórcio, com o Isolado e com a C. sorokiniana, em triplicata, com iluminação de 120 a150 μmol.m-2.s-1. Nos resultados da Etapa II o cultivo sem CO2 apresentou melhores resultados de peso seco (0,32 g.L-1), de remoção de fósforo inorgânico (84%) e de nitrogênio amoniacal (49%) e resultados semelhantes de densidade óptica e contagem de células entre os cultivos sem e com CO2. Nos resultados da Etapa III, as bateladas com CO2 apresentaram maior densidade óptica (2,37 a 2,87 nm) e taxa de crescimento (0,34 a 0,61d-1) em relação às bateladas sem CO2, mas estas apresentaram maiores remoções de nitrogênio amoniacal (80 a 88%) e fósforo inorgânico (64 a 82%). Estes resultados mostram que é possível o crescimento das microalgas em cultivos sem enriquecimento de CO2 com remoção de nutrientes, diminuindo os custos de cultivo. Em relação às diferentes microalgas utilizadas não houve diferença significativa quanto à remoção de nutrientes. Nas analises de crescimento o Consórcio e o Isolado apresentaram resultados semelhantes. No entanto, estes (Consórcio e Isolado) apresentaram melhores resultados de crescimento em relação à C. sorokiniana, indicando que o uso de microalgas obtidas a partir do efluente no qual serão cultivadas é uma alternativa melhor em relação à obtenção de microalgas em bancos de algas. Assim, o cultivo de microalgas em água negra tratada anaerobicamente mostrou-se viável, sendo que a escolha entre o cultivo com ou sem CO2 dependerá de qual o objetivo final deste cultivo.