Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Grisolio, Ana Paula Rodomilli |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/152308
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Resumo: |
A raiva é uma doença viral infecciosa aguda, de caráter zoonótico, que atinge todas as espécies de mamíferos. No meio urbano, os cães e os morcegos, em especial os insetívoros e os frugívoros, são vistos como principais agentes transmissores da enfermidade, e ao pensar na sua interação com os seres humanos, os cuidados se intensificam, tendo em vista o risco de propagação da doença. O avanço nos estudos epidemiológicos baseados na análise molecular do vírus da raiva, nas últimas décadas, permitiu a identificação de reservatórios e a distribuição geográfica das variantes. No entanto, dada a constante adaptação genética do vírus aos seus hospedeiros, o presente estudo objetivou realizar uma análise filogenética e filogeográfica do vírus da raiva (RABV) de amostras provenientes de diferentes estados do Brasil, identificados como positivos pelo Instituto Pasteur, São Paulo/SP. Para tanto, foram analisadas sequências parciais do gene codificador da nucleoproteína de 71 amostras de Sistema Nervoso Central (SNC) de morcegos insetívoros Nyctinomops spp. Observou-se na análise filogenética que 65 das 71 amostras agruparam-se em um mesmo clado juntamente com amostras de morcegos insetívoros do banco de dados, representando uma variante específica desse gênero de quiróptero. As outras seis amostras dividiram-se em outros clados mostrando haver proximidade genética entre isolados de morcegos hematófagos e não hematófagos e também entre estes e outros mamíferos silvestres. Ainda foi possível encontrar um morcego proveniente do Município de Tabuleiro do Norte/RN com RABV pertencente à variante relacionada ao cachorrodo- mato (Cerdocyon thous), indicando ser esse um primeiro relato dessa transmissão. Na filogeografia, observou-se a importância que a localização geográfica e as características de relevo exercem na distribuição das variantes do RABV, havendo predomínio de relação genética em localidades próximas e com altitudes semelhantes. As características biológicas do morcego Nyctinomops também influenciam na distribuição do vírus entre seus exemplares, pois, por ser tratar de uma espécie não migratória e que se adaptou facilmente ao ambiente urbano, nota-se uma tendência de uma linhagem do vírus circular em uma mesma região por um longo tempo. Dessa forma, as análises filogenética e filogeográfica são importantes ferramentas para ajudar a compreender a origem, a distribuição e a transmissão das diferentes variantes do RABV no Brasil, especialmente entre morcegos não hematófagos, cada vez mais importantes como reservatórios da raiva na área urbana. Assim, com esses resultados é possível auxiliar nas medidas de controle e prevenção da raiva em centros urbanos, reforçar as medidas educativas que mostrem para a população os riscos envolvidos na interação com quirópteros e outros mamíferos silvestres, fornecer subsídios para os Serviços de Vigilância Epidemiológica dos diferentes municípios e colaborar com as atividades do Laboratório de Biologia Molecular do Instituto Pasteur em São Paulo/SP, referência em diagnóstico e em estudos sobre a raiva no Brasil. |